quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

A Arte de Fazer Arte

Peixe morto não tem mar.

As roseiras também dormem.

O paraquedas falhou...


O destino pisca o olho.

Eu jogo pedras de tarot.

Viramos mercadoria...


O pajé sambou na lata.

Jogaram meu doce no lixo.

Inventemos um enigma...


Caipiras de New York.

Pés na calçada da lama.

Mamãe quero amar...


Picasso quebrou o braço.

Vamos comer farofa de meias.

Dei um mortal na televisão...


O adivinho se enganou.

Falar sobre nada agora vale.

Coxinha com recheio de massa...


O trem da vida acabou freando.

O ladrão era tão inocente.

Estou de pé ainda que deitado...


A modelo caiu na passarela.

Pese meio quilo de nada.

Nunca vou na beira do Rio...


O barraco planou nas nuvens.

Narciso agora é striper.

As bacantes estão nas redes...


A musa agora está sepultada.

Acabou o café e a paz também.

Joguei muitos versos no vaso...


Eu faço cover de mim mesmo.

Meu heavy metal é suave.

Todas as tentativas estão...


Cara morto não tem ar.

Os espinhos também comem.

A emboscada falhou...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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