Estado de alívio quase imediato
Ascensão da queda da maldade
Ave, César! Ave, César!
Vida e morte igualmente parecidas...
Urnas luxuosas e esteiras de taboa
Cumprem o mesmo rotineiro papel...
Febre de delírio que nos cerca
Epidemia de apatia mundial
Ave, César! Ave, César!
Ovelhas e lobos para o mesmo abate...
O corpo e a alma tão unidos
Em suas necessidades mais urgentes...
Zona de conforto que embosca
Sentados até o final dos tempos
Ave, César! Ave, César!
Tubarões e sardinhas na mesma água...
O sonho e o pesadelo chegaram
Para cumprirem seu mesmo papel...
Mentira piedosa que nos preserva
Agora temos todos os motivos para rir
Ave, César! Ave, César!
Moços e velhos na mesma fila do SUS...
O espelho e a máscara proclamam
A mesma sentença para execução...
Contém apenas uma grama e basta
Toda novidade jogada num canto
Ave, César! Ave, César!
O loucos e os sãos para o mesmo destino...
As sobras e o prato principal esfriam
Porque o tempo não aceita desculpas...
Estado de declívio mais imediato
Ascensão da queda da obviedade
Ave, César! Ave, César!
Vamos sobreviver e te saudamos...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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