Pra é
serpenteava sempre
todos os gostos
sobretudo os ruins
cadeira com duas mesas
algum mato e bananeiras
mosquitos disfarçados
de cerejas com avelãs
o primeiro será o primo
cena sexy na novena
e o casal sádico e terno
carrapatos solteiros
e a visão de um metro
ciência de chicotadas
e grandes maçãs do rosto
toda tentativa sai pulando
e as novidades nunca vêm
radiantes sete palmos
entrelinhas entre linhas
o monstro da lagoa voa
eu junto meus cacos
para um dia poder colar
mas nunca serão
os mesmos que eram antes
cada momento com seu AVC
palmas que ele não merece
tranquilamente como um doce
e o meu diabetes colabora sempre
há vários perfis perfilados
doces escondidos para sobremesa
a sinceridade me xinga muito
tenho dúvidas sobre a minha
tomo energético como chá
carnavais em muitos goles
Pra é...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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