As roseiras também dormem.
O paraquedas falhou...
O destino pisca o olho.
Eu jogo pedras de tarot.
Viramos mercadoria...
O pajé sambou na lata.
Jogaram meu doce no lixo.
Inventemos um enigma...
Caipiras de New York.
Pés na calçada da lama.
Mamãe quero amar...
Picasso quebrou o braço.
Vamos comer farofa de meias.
Dei um mortal na televisão...
O adivinho se enganou.
Falar sobre nada agora vale.
Coxinha com recheio de massa...
O trem da vida acabou freando.
O ladrão era tão inocente.
Estou de pé ainda que deitado...
A modelo caiu na passarela.
Pese meio quilo de nada.
Nunca vou na beira do Rio...
O barraco planou nas nuvens.
Narciso agora é striper.
As bacantes estão nas redes...
A musa agora está sepultada.
Acabou o café e a paz também.
Joguei muitos versos no vaso...
Eu faço cover de mim mesmo.
Meu heavy metal é suave.
Todas as tentativas estão...
Cara morto não tem ar.
Os espinhos também comem.
A emboscada falhou...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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