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Todos juntos para ficarem sós. O pássaro caiu do alto do ninho. Todos unidos para morrerem sozinhos. A maré secou de repente e nada mais podemos fazer. Rir é uma estratégia, nada mais. A felicidade é um perigo como outro qualquer. Tudo é apenas uma merda questão de detalhes. Depois do tudo, o nada. E do nada acontece novamente. A ternura é tão necessária quanto respirar, só que dói menos, mesmo que doa também...
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Choro sem choro é o que agora temos. Valeu a pena não ter valido nada. Oremos pela volta do efêmero. Peçamos que os dias não se suicidem como antes. Que os passarinhos não caiam do galho. E que o tombo fatal das folhas seja menos rude. Choro sem choro é o que agora temos. Toneladas! Transformações milagrosas e patéticas. Mórbidas e estéticas. Nossos relógios enlouqueceram. A sitcom entrou em recesso. E os carrascos voltaram de férias. Choro sem choro é o que agora temos...
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Eu quase virei pião. Eu quase virei redemoinho. Eu quase virei estrela. Eu quase virei passarinho. Eu quase virei herói. Eu quase virei vilão. Eu quase virei verdade. Eu quase virei silêncio. Eu quase virei marca. Eu quase virei sono. Eu quase virei rua deserta. Eu quase virei choro sem vela. Eu quase virei possibilidade. Eu quase virei beco escuro. Eu quase virei prato vazio. Eu quase virei resposta sem pergunta. Eu quase virei oração sem fé. Eu quase virei um inseto na parede. Eu quase virei eu mesmo...
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Águas boas, águas más. Tudo aquilo quer podemos e não. Onde estarão nossos brinquedos? Muitos espelhos foram quebrados. E certas ilusões afastadas para longe. Não sabemos de forma exata o que existe e o que não. Derrotas e vitórias são tatuagens mais ou menos escondidas. Nossa pele tem boca. E nossa alma possui vários olhos. Nunca mais somos o que há um segundo. Escutamos nossos próprios passos. E não mais...
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Dentro de dentro de dentro
Exageros calculados
Para uma liberdade urgente
Mais de um par de asas
E muitos abismos fáceis
Que meu barco possa enfim
Evitar certas sereias...
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Na medida do possível
Engoli todos os amargos
Fui para todas as festas
Mesmo as sem convite
Contei as ondas do mar
Com incrível calma
Como condenado
Fumei mais um cigarro
Evitei de perguntar
Sobre ausentes amores
Na medida do possível...
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Grande Carlinhos! Um dínamo das palavras...
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