Dia de tudo,
Véspera de nada...
A apática plateia
Ficou emocionada!
Diante nossos olhos surgiu o que não existe
Mostraram toda alegria de quem está triste
A bomba explodiu para nosso total deleite
A pele e a roupa - qual deles é nosso enfeite?
Dia de tudo,
Véspera de nada...
Quem está agora
Dormindo na calçada?
A mentira foi contada e recontada tantas vezes
Nossos pesadelos agora são chamados meses
O amor é nada mais um capítulo de novela
Esquecemos de colocar tinta nesta aquarela
Dia de tudo,
Véspera de nada...
Toda carta
Já vem marcada...
O jogador jogou pra fora na hora do gol
Toda tolice agora já faz parte do show
Quem é o errado do errado do errado?
Não podemos sequer escolher qual lado
Dia de tudo,
Véspera de nada...
A própria pedra
Ficou emocionada...
Está mais que provada a nossa teoria
De que a felicidade pode vir qualquer dia
Só não temos nem data e horário exato
Viver e viver é apenas o nosso grande fato
Dia de tudo,
Véspera de nada...
O meu silêncio
Deu uma risada!...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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