quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 249

Não era assim, era de outra maneira. Era como um céu que só vemos sob ele com nuvens, pássaros, sol, além de alegres pipas e algumas outras coisas que agora fogem da minha pobre memória. Eram meus olhos que doíam de tanta imobilidade. Não era assim, era de outra maneira. Era meu medo em tristes desenhos que se espalham como papéis velhos que se espalham pelas ruas sem ninguém saber de onde partiram. Como folhas agora mortas no suicídio de todas as normalidades de fatídicos ciclos. Não era assim. Apenas um simples susto como tantos outros por aí...


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Acendo um cigarro no final do outro como quem não vence seu desespero. Gostaria que esse ventilador empoeirado fosse um carrossel. Tento me lembrar de quem são os rostos que nunca mais vi. Estou vivo! Mesmo que na memória de muitos, nem existi... Pego um copo de água na geladeira. Daria para filosofar? A porta fecha, a luz se apaga... Assim somos nós quando paramos de sorrir...


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Monstro impávido e colossal. Causa primeira de tragédias quase anunciadas. Acaba-se o dia e nem ao menos percebemos. As notícias ficam se mostrando até para quem fecha seus olhos num misto de sono e desprezo. Esperanças jogadas fora. Alvo atingido bem na mosca. Vidro caído no chão com seu impacto fatal. Só sabemos que nada mais sabemos. Toda nudez será recompensada. Sorrisos em inúmeras fotos com pura encenação. Onde estaremos no próximo instante?...


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Não há no meu canto novidade nenhuma, as palavras envelhecem junto comigo. O corpo acompanha a alma, os dias acompanham a tristeza em seus longos passeios que só sabem cansar, mais nada... A noite se aproxima, a vida é um dia que vai anoitecendo com novidades que não queremos, mas que chegam. Eu, por exemplo, gostaria que tivesse carnaval o ano todo, se eles vêm e vão, o desespero de perdê-los é ainda maior...


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Eles continuam em frente aos espelhos, isso não resolve nada, pelo contrário, aumenta aquilo que não queriam. Olhar no espelho é perigoso, existem perigos que conhecemos e teimamos, outros que nem fazemos ideia. Os espelhos ficam manchados com o passar do tempo, é imposição do tempo que corre, mas este tempo, malvado que é nos marca ainda mais. Não sei se os espelhos podem ser recuperados, mas nós nunca...


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A pedrinha que joguei no poço, desceu e foi até o fundo e lá repousará por prazo indeterminado. O passarinho que conseguiu fugir da gaiola, subiu aos céus, isso acontecerá até que, ser vivo que é, a morte o chame por alguma causa qualquer. Só amor, traído ou transformado em desamor, esse nunca retornará ao que um dia foi...


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Não precisam bater palmas. Se meu show não lhe agradou, passem no caixa, peguem seu dinheiro de volta e retornem para a mediocridade (in)segura de suas casas. Eu não sou do seu tempo, mesmo estando nele, não faço questão alguma disso. Meu tempo é outro, bem outro. Do tempo em que a inocência existia e reinava, do tempo que a ternura doía, mas ainda era bem vinda...


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A vulgaridade dá as cartas. E nesse jogo sempre perdemos. Nossos momentos mais felizes foram simples engano. Tudo que acaba, acaba nos entristecendo e nem damos conta disso. Clowns sem circo e sem picadeiros, sob intermináveis chuvas e contínuos sóis. Nada existe de novo, a velhice se repete em clichês. Todo infortúnio é repetitivo e insistente. Nem ao menos sabemos onde estamos...


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