A poesia é um pão velho
O único que tenho para comer....
No meio de tanta maldade
Vivo e sobrevivo como bilhões
Sem saber qual minha hora final...
A poesia é um pão de ontem
O único que sobrou para hoje...
O hoje pode ser o ontem piorado
Pois o tempo está conosco
E essa visita malvada nunca acaba...
A poesia é um pão quase mofado
Talvez tivesse que agradecer ou não...
Alguma surpresa pode acontecer
Mas nem sempre todas as novidades
Podem ser boas para se engolir...
A poesia é um pão esquecido
Mais que um pão é o único grito...
Não me interessam os que teimam
Só pode falar de coisas mais alegres
Os que as possuem entre seus dedos...
A poesia é um pão velho
Deixe-me então comê-lo em paz...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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