sábado, 24 de fevereiro de 2024

A Poesia É Um Pão Velho

A poesia é um pão velho

O único que tenho para comer....

No meio de tanta maldade

Vivo e sobrevivo como bilhões

Sem saber qual minha hora final...


A poesia é um pão de ontem

O único que sobrou para hoje...

O hoje pode ser o ontem piorado

Pois o tempo está conosco

E essa visita malvada nunca acaba...


A poesia é um pão quase mofado

Talvez tivesse que agradecer ou não...

Alguma surpresa pode acontecer

Mas nem sempre todas as novidades

Podem ser boas para se engolir...


A poesia é um pão esquecido

Mais que um pão é o único grito...

Não me interessam os que teimam

Só pode falar de coisas mais alegres

Os que as possuem entre seus dedos...


A poesia é um pão velho

Deixe-me então comê-lo em paz...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

 

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