quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Panis et Merdensis

Estilhaços de vidro em meus olhos

Cidade canalha que só sabe mentir

A roupa suja mofa num canto qualquer

A gaze dos meus ferimentos apodrece

Eu vejo o mesmo filme tantas vezes

E engulo os restos que achei na rua

Meu sim é um não com todas as letras

E eu acabei me esquecendo o que era

Ela me mostra seu mais belo rabo

E todas as impossibilidades me atacam

Grânulos de veneno em minha boca

Pedaços de carne podre que me pertencem

Gasto muitos segundos para entender

A obviedade daquilo que não existe

Meu instinto da mais pura covardia ri

Não sei se acho graça ou me desespero

Ela ficou nua em plena praça pública

Não faz diferença alguma para o mundo

Já que este cai em inúmeros pedaços

Calem a boca donos da podridão real

As suas notas geniais agora desafinam

A minha loucura é bem vinda pelos cantos

E a sua raiz nunca há de secar jamais

O bem comportado rebelde falhou

E os cordéis dos marionetes chegaram

Os gladiadores tomam chá com torradas

Não tenhamos mais desespero algum

A nova remessa de leões há de chegar...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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