sábado, 31 de maio de 2014

Insaneana Brasileira Número 34 - Plurais Impossíveis

Resultado de imagem para menino com fome
Quando muito uma chance única. Quando muito um acorde só. Um só momento. Um só dia. A oportunidade que se perdeu e não volta mais. Algumas coisas são iguais ao tempo. E suas medidas imperdoáveis. Perdeu. Perdeu a vida. Perdeu a alma. Perdeu a razão. A razão que povoava florestas e fazia brotar raízes e folhas. Não há mais verde. Tudo amarelou. Ficou cinza. E o medo vem vestido de morte e susto. O susto interrompido numa foto antiga. Foi bola na rede ou foi bola na trave. Depende do gosto do freguês. É o que vemos é o que conta. E nos finais felizes poderão haver gregas tragédias. Eu brinco com as palavras porque somos amigos faz muito tempo. Eu brinco com as probabilidades porque todo cálculo é errado. Eu brinco com as contas que se perfilam num fio e podem ser certas ou erradas ou ainda nada. É o prato do dia. E é o que temos para sempre. A cicatriz está lá. E sempre será uma memória feroz gritando a mesma litania. Quando falamos várias vezes na verdade é uma só. A face no espelho é a mesma que foi invertida. É o queremos mesmo sem sabermos quais são os rostos. O rios são portadores de mão única num tráfego trêfego e tosco. Quanto mais rimas melhor. Vamos enfeitar o pavão que já está enfeitado. A irracionalidade pegou as rédeas e não quer soltá-las. É bom brincar de pique-esconde mas o labirinto é um só. O fio se rompeu e ainda estamos revivendo o mito da caverna. Toda novidade é uma só. É a trilha de formigas feliz pelo açúcar. São palavras difíceis as mais fáceis. E os Jardins Suspensos da Babilônia estão logo ali. Não há porque pedir mais milagres. Todos estão num só. A mão que mata foi a mesma que brincou. E quem embalava a boneca agora fode. As palavras são pedras  mas saem de nossas bocas. A sorte está lançada. O dado está jogado na mesa. O maior número vence. Mas só há zeros nos seis lados. Tantas coisas se passaram mas é uma só. Quem vai? É o último dos moicanos. A espécie se extinguiu há muito tempo. E não adiantam acender vela ao meio-dia. É o meio-dia escuro de sempre. Num céu sem nuvens coberto de feios projéteis. Alice foi embora faz muito tempo. E até algumas coisas caem bem. São as peças do quebra-cabeças que acabaram acertando por acaso. Não há mais que um. A nossa cegueira já deu frutos. E quando muito na verdade foi um só...

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