domingo, 11 de maio de 2014

O Banquete dos Porcos


Está pronto o banquete
É comida pra cacete
É o traço é o treco
É a trava e o traveco
É o passo é o troço
É a praga e o pai-nosso
É a farda da moda
É a fada é a foda
É cada um instante
É a cana e o refrigerante
É a fama e a tragédia
É a lama e a comédia
Vamos ir ao teatro
Vamos cair de quatro
Vamos fazer macumba
O frevo a salsa a rumba
Estou demente
É raiva simplesmente
É o mais um enterro
A paz um novo erro
A piada da carpideira
A estrada de poeira
Eu não vi aquele cego
E a minha culpa eu nego
Foi apenas um cinismo
À beira do abismo
Estamos todos abismados
Há tiros por todos lados
Há testes de inteligência
A fome a febre e a dormência
Não é o que queremos
Nem vemos nem temos
O bolso está vazio
No calabouço um calafrio
Vamos velar o morto
Há velas além do porto
Há esteiras estendidas
Muitas asneiras muitas vidas
O celular o relógio de pulso
Cedemos ao impulso
Corremos ao encontro
E ponto e pronto
Sujamos nossa mão
A bossa a fossa a lei do Cão
Corram que é a bomba
Socorro a sombra assombra
E nós todos temos medo
De partir mais cedo
Partir fora de hora
É a partida é agora
O dado está viciado
Não olhe mais pro lado
Eu amo com maldade
Me chamo piedade
É justo é pura malícia
Pensar é caso de polícia
Não fale seja covarde
Agora é muito tarde
Pra escapar dessa comida
É a vida é a vida é a vida!

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