segunda-feira, 26 de maio de 2014

Insaneana Brasileira Número 33 - Teoria da Facilidade

Tudo é fácil. Tudo muito fácil. Os dias não param em novas roupagens. Com a ilusão que tenos de igualdade. Nada é igual. Mas foi feito para enganar olhos e pés. A desilusão vem e a morte vem. E não precisamos de muito esforço. É só fechar os olhos e parar de respirar. Nada certo. Tudo incerto. Como a trajetória de uma bala perdida em meio a tantas outras. Todo vermelho é azul e toda estatística um deboche mal feito. Para tudo há um jeito. Até para a morte a lápide mentirosa e a carpideira safada. É notícia. É delícia. É malícia. Não corra e morra. Que aí vem a polícia. Estamos numa grande gaiola de pássaros. A gaiola é tão grande que não vemos as grades. Uma gaiola com horizontes que nem o Amazonas que nunca foi mar. Escolha é uma palavra banida de todos os dicionários. Quem faz? Ninguém faz nada e nem escolheu e nem ficou bonito e nem sorriu sinceramente. A liberdade é uma farsa de um teatro burlesco. Os passos são contados e apressados em direção à uma busca que não dá em nada. Não mudem as letras. Teclados viciados. Dados viciados jogados na mesa da realização. Quem vai pelo rio? As ruas só tem mão única e isso é muito triste. Mas a nossa tristeza tem um extenso estojo de maquiagem para todas as ocasiões. E a nossa realidade é boa como o Cão. Tudo é fácil. Tudo muito fácil. É um cubo mágico com uma cor só. É todo negro. E é todo branco. Com as matizes infinitas que passam despercebidas aos olhos dos otários. É a nossa ficha pessoal. Uma coletânea de burrices sem tamanho. É a acreditar nos quadrinhos e ser um cosplay desde que nasceu. O maior disfarce é a normalidade. Não basta ser ruim tem que se ser o pior. Não basta achar tem que se achar sendo a mais cômica das piadas. Tudo parece bonito e só parece. Cada ruga tem seu destinatário certo e insano. Tudo é tudo. Até pequenas coisas podem originar grandes catástrofes. É o buraco da formiga no dique.  É o dique indo abaixo. Tudo é fácil. Muito fácil...

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