quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Nem Todo Delírio Delira

Nem todo delírio delira. Assim como nem tudo que parece ser normalidade é...

O tempo não acaba com nada, sob as camadas sucessivas de sujeiras, as cicatrizes continuam apontando o dedo para o réu. O mesmo riso sem graça continua lembrando o tombo mal dado que aconteceu na rua, em pleno dia, com tanta gente vendo...

Nem todo delírio delira. Do mesmo jeito que a maldade depois de se tornada padrão quer parecer boa...

Até a miséria tem lá sua riqueza, uma que ninguém quer roubar, ninguém sabe que ela existe. Como pobres humanos que somos, usamos palavras mais absurdas, nada nunca nos pertenceu e nunca nos pertencerá, eis a maior das verdades...

Nem todo delírio delira. Toda estética é escrota e vive pedindo esmolas para poder sobreviver...

Tudo caminha para seu oposto, cada contramão acaba sendo o único caminho. A morte é a única provida de lógica, a vida é um grande deboche, mesmo que seja a única que valha alguma coisa...

Nem todo delírio delira. A mudança é a palavra de ordem, a transformação vem escrita na bula...

Me deixem quieto neste meu canto, olhando o mundo e suas artimanhas mais idiotas. O que não vem agora, poderá demorar bem mais e aí mesmo é que eu não quero...

Nem todo delírio delira. Os loucos e os niilistas acabaram de passar com seu bloco tão animado...


(Extraído da obra "Teoria do Medo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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Nem Todo Delírio Delira

Nem todo delírio delira. Assim como nem tudo que parece ser normalidade é... O tempo não acaba com nada, sob as camadas sucessivas de sujeir...