sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Carliniana CXI ( Quando O Tudo É Muito Pouco )

Não há mais nada

E serenos turbilhões fazem um par

E as palavras voam sôfregas 

Em monossílabos que valem muito

Bem mais do que qualquer foto...


Os meus dedos assim tremem

Enquanto as carnes rijas ficam

Como o bote de selvagem felino

Ou corrida desajeitada e aracnídea

Para pegar mais um inseto...


Amanhã (hoje) será a feira

E muitos olhos assim vão piscar

É o carnaval de todos os sábados

E a novidade da rotina impera

Mais ainda que o velho tempo...


Eu vejo alguns (muitos) sinais

E nem mais essa areia que voa

Poderá arrancar-me o meu riso

Mesmo quando um apocalipse 

Pular do jornal para o chão...


Eu trago alguns sonhos mestiços

Vindo do alta de alguma cordilheira

Pelas mãos de uma bruxa alourada

Que um dia reinou e isso repete

Ao comando do controle remoto...


Foi quase que um chute em gol

E o suor escorreu feito do estivador

Quando o frio nas manhãs pesadas

Acaba acelerando o metabolismo

E a vida vira um campo de batalha...


Milhões de decibéis para o cavalheiro

Sentado em cima da mesa ali ao lado

Que está na mais suprema das dúvidas

Se comerá no mais pacato silêncio

Ou se será a nova sensação da rede...


Nossas carpideiras têm ataque de riso

Na hora exata do funeral encomendado

Enquanto os centuriões servem chá

Em bandejas de lata ornadas com arabescos

E paninhos bordados por nossas avós...


E não há mais nada...

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