quinta-feira, 6 de novembro de 2025

A Arte do Voyeurismo de Nossa Fiel Decadência Urbana

Estar onde nunca estamos nunca.

Quase novelas bem temperadas.

Desprezo de macarrões instantâneos.

Eu não tenho bússola alguma.

Meu entendimento nada entende.

Quero novidades mais antigas.

E lápis-de-cor sem  cor alguma.

Cobra Cobralina vendia salgados.

Temos almofadas de pedra vulcânica.

E travesseiros de cacos de vidro.

Normalmente não estou normal.

Meu cão adora jogar sinuca.

Já minha cadela prefere o boliche.

Montes de lixo que escondem balelas.

Cerâmicas feitas com os dentes.

Queremos cachaça de filé mignon.

E nosso nome gravado à fogo na lua.

Lucro garantido de fétidos mictórios.

Dança de roda sem seus participantes.

Borboletas desdentadas sempre aqui.

Fato concreto de teorias abstratas.

Os campeões de teimosia são os dias.

A fúria agora tem um seu novo nome.

Ele se enforcou com cordões de tênis.

Cumpre pena por tentar matar a fome.

Sexo nasal só para quem usa sapatênis.

Vamos discutir porra nenhuma sempre.

Meu silêncio é composto de mil gritos.

Estar onde nunca estaremos nunca...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Entre Espelhos e Molduras

Tudo em tom quase vermelho (Inclusive as velhas lâmpadas em quase neon) Não sei falar quase pouco (Mesmo ficando calado por vários séculos) ...