o que eu sinto
o que eu não sinto
se espalha a brisa na manhã
as primeiras folhas mortas
o choro da noite passada
ainda existe...
o que eu vejo
o que eu não vejo
as cinzas da fogueira arrefecem
recordar agora só faz mal
muitos mortos perderemos
sem até quando...
o que eu ouço
o que eu não ouço
boatos de guerras tão comuns
as sedes dos que se afogam
na fome dos que comem
nada percebem...
o que eu respiro
o que eu não respiro
o medo se entranha nas narinas
e há uma mistura solene
do agradável e do repugnante
tudo em sua vez...
o que eu provo
o que eu não provo
confundem-me todas as barreiras
que eu mesmo não construí
mas que tenho de suportar
apenas engano...
o que eu sei
o que eu não sei
quieto aqui no meu canto
procuro desconhecer o que sei
nada melhor que fechar os olhos
até a consumação dos séculos...
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