sábado, 12 de outubro de 2019

Alguns Poemetos Sem Nome Número 34

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já experimentei doces sonhos
hoje sinto o gosto de amargos dias
isso faz parte da sina de um qualquer
dias de sol e dias de muita chuva
não temos abrigo para o repente
e nem controlamos nossas emoções
faça-me o favor encha meu copo
e pode deixar a garrafa aqui mesmo...

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com a maciez das pedras
com a leveza de um furacão
faço versos como quem se feriu
e não quer fechar seu corte
assim é minha paixão
engolindo milhares de estrelas
não sei onde vou parar...

com a brevidade de uma lápide
com a fugacidade de uma flor
assim passa o vento do tempo
ele tem toda a pressa do mundo
assim é minha paixão
destruindo todos os versos
não sei onde vou parar...

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eu gostaria de esquecer tudo
e nem mais conhecer minhas cicatrizes
mas o impossível é a palavra de ordem

eu gostaria de sonhar um pouco menos
porque a decepção afoga todos os náufragos
mas o sofrer é sempre o prato do dia

eu gostaria de rir ao invés de chorar
só que não existem motivos para tal façanha
mas mesmo assim insisto em viver...

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saudade do que não conheço
eu estive em lugares que não fui
tudo é estranho após um segundo
o espelho acaba sendo um desconhecido

vontade do que não tenho 
senti gosto do que nunca pus na boca
assim são as trilhas que seguimos
desorientados em nossa vã ciência

estou quase desistindo da dança
que o meu corpo fique parado
e que minh'alma só contemple
o que ainda não teve oportunidade

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o brinquedo quebrou
a alegria foi embora
a novidade envelheceu
nada mais há para falar...
as filas são intermináveis
e nada podemos fazer...
o jardim se fechou
o sonho saiu correndo
o encanto se desfez
num simples piscar de olhos...
todo acaso acaba tendo
o mais firme dos propósitos...

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Por que existem poemas todos os dias
nestes meus velhos cadernos?
Porque existem novas tristezas
que aparecem pelos cantos mais sombrios...
Por que me desespero todos os dias
se tudo vai indo meio comum e normal?
Porque o tempo me corta maldosamente
com a mais afiada de todas as lâminas...
Por que continuo teimando em viver
se pareço um náufrago no meio do oceano?
Porque de todas as ilusões mais absurdas
acabou me restando apenas esperança...

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Cabeça baixa
olhos no chão
calado aí
Sem ter beleza
cato os restos
que a felicidade
me deixou
Cabeça baixa
olhos no chão
quieto aí
nem todas as tristezas
devem ser choradas...

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