Faço versos
como quem não tem nada,
pensa em nada,
nada faz,
que se perdeu na jornada,
pela estrada,
bem lá atrás...
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Esqueci meu sonhos,
pareço agora uma folha de papel,
estar vivo e morto,
boca calada, não há mais escarcéu
Inútil saliva,
cuspo no chão,
a alma é viva,
é morto o coração...
Esqueci meus sonhos,
pareço agora folha voando ao léu,
ser bom e ser mal,
sem máscara alguma, sem véu
Inútil ouvir,
me calo em aflição,
o que há de vir,
apenas exaustão...
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eu quase morri,
isso é bem pior que tal,
eu quase morri,
deve ter sido no carnaval,
fechou o tempo,
procure abrigo, é temporal,
pra cada tristeza,
basta o seu mal...
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perdi todo o tempo possível
querendo o impossível
o que eu quis?
ser o herói do dia? não...
ser o mais belo dos belos? não...
o sábio entre poucos? não...
ter o maior dos amores? não...
queria as coisas mais simples
que existiam no dia
mas que foram negadas
ao meu menino...
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há muito me desconheço,
olho no espelho e vejo um estranho,
há muito o sono me domina,
devem ser essas noites mal dormidas
que me perseguem por aí,
há muito que me calo
e o meu silêncio grita pelo ar...
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saudade morta - enterrem logo o cadáver
memória torta - quase tudo é esquecido
os dias são fantásticos disfarces para ilusões
o tempo é um grande comedor de pedras
e aprecia drinks feitos com os metais
mergulhemos nos espelhos mesmo com risco
faça-me um favor se possível
procure uma trilha sonora adequada na internet
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serão necessários vários sóis
para esquecer tanta mágoa
vários ventos meus amigos
para parar de arder a ferida
muitas águas gentis, amáveis
para não lembrar o que passou
ando disfarçado por aí
como uma pedra ou um passarinho
tanto faz desde que seja vadio
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