sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Nada à Declarar, My Dear


Nada à declarar, my dear,
Perdi todos os meus sentidos duma vez,
Tateando por mais estreitos labirintos vou, 
No mais mortal dos silêncios humanamente possível...

Nada à declarar, my dear,

Acho que tem um cruel mundo lá fora,
Mas eu mesmo não posso dar a exata possibilidade,
Eu me tranquei no meu sonho como uma casa fechada...

Nada à declarar, my dear,

Quantos erros fiz pra poder acertar,
Quantos riscos por amores impossíveis e baratos,
Quantas sedes que ainda continuam torturando a alma...

Nada à declarar, my dear,

Todos os dias andam direto pro carnaval,
Toda a fantasia nova é igualzinha à do ano passado,
Todo riso não vem se não for causado por alheio choro...

Nada à declarar, my dear,

Os automóveis andam sempre apressados,
A poeira das ruas dançam loucamente zombando de nós,
Somos sempre palhaços mesmo desconhecendo o picadeiro...

Nada à declarar, my dear,

Talvez um dia tudo isso tenha seu fim,
Eu veja um lado bom pra todo esse meu choro,
Rindo então de tristezas que acabaram sendo só piadas...

Nada à declarar, my dear,

Me mande notícias suas, baby...

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