terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Insaneana Brasileira Número 95 - Compromisso

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Meu compromisso é com o não-compromisso. Mesmo que os ventos soprem à favor. Com doidivanas ventos que soprem em sei lá que direção. Abaixo a bússola! E as rimas com pretensão imediata de serem o que não forem. Abaixo os caderninhos de nota e as listas de compras! Não há nada mais sem sal do que acertar no sal... Quanto mais açúcar melhor! E a alegria não deve ser dispensada. Nem as alegrias tristes. Viva as contradições! É com elas que acendemos as fogueiras em noites frias...
Meu compromisso é com o absurdo. E com os lagos imaginários que nunca vi. Eram alguns e eu bem não sei. Quando sabemos aí sim ignoramos cada vez mais. Eu nunca beijei princesas. E nem fiz a lição de casa da maneira que deveria ser. Batucadas nas mesas ou nas caixinhas de fósforos. E um ritmo fora de todos eles. Eu conheço todas as ruas. E as casas também. Nunca me abrigaram das chuvas más e só sorriram disfarçadamente quando eu passei. Quando os vidros quebram eu me alegro. E quando a chuva fria cai penso na morte...
Meu compromisso é com o sonho. E faço pose de mau só por fazer. As regras nasceram para serem quebradas. Assim como os olhos sentirem e nunca verem. Ninguém tem culpa de tanta crueldade assim. Os leões não abriram conta bancária. Nossa! Que perfume tem teu corpo. E quanta lascívia na minha tal de inocência. Um prato de trigo para quantos tigres necessários forem. É temporada de caça aos fantasmas...
Meu compromisso é com a ilusão. E o mágico faz mágicas magicamente mágicas. Presto! Agora você vê e agora você não vê. Brinquedos na areia molhada. E uma última chance para os maestros de cabelo desarrumado. O tema deste ano da escola de samba. E a vida indo aos poucos pela avenida. Recife assombrado também é Recife. E os meus propósitos nesta vida ainda são os mesmos...
Meu compromisso é com a paixão. A ardência na minha pobre e nobre testa. E os beijos masturbados de bonitas garotas que passaram num mais ou menos demorado. Pontas de seios e pornograficamente bonitas bundas. Um punhado de terra pego com a mão em pleno cimentado dos pátios. Novas invenções de velhas modas. E a curva escura depois do túnel...
Meu compromisso é com a loucura. Com os mais pesados do que o ar. E com o nom sense bonito das modas eternas. Móveis placidamente descansando na sala de estar. Texturas estranhas pra se testar. E alguns vidros de poções mágicas sem Harry. Tudo é bom e nada presta. Até a prestação de serviços. E cada gole à mais. Estou alegremente entendiado. E me esqueci de todas as regras...
Meu compromisso é com a verdade. Tatuagem logo após ser feita. E a franqueza que se transforma em má educação. São sugestões de figuras delicadamente nuas. Precisão milimétrica. E pés de veludo como alguém já falou. Eis o homem! Não caprichei no idioma porque não o quis. Acabou-se o acabou. De hoje em diante os dias serão bons e as noites continuarão seu choro desabalado...
Meu compromisso é com o não-compromisso. Fodam-se os certinhos de papai... 

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Poesia Gráfica LXXXVI

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