Todo dia um sol sobre a cabeça
E as ruas cheias de gente apressada
E a moral que resta toda avessa
E a ida em direção do nada
Toda dia o mesmo propósito na vida
E as mesmas bugigangas postas à venda
Queremos sexo e queremos comida
O resto é só se cegar com a venda
Todo o dia o mesmo disse-me-disse
Os jornais sempre e sempre mentindo
E o País das Maravilhas sem Alice
Apenas o preço do dólar vai subindo
Todo o dia um destino mais feio
E o nosso sonho agora sabe dizer não
E já fecharam o Caminho do Meio
E só nos resta as roupas da estação
Todo o dia nossa obrigação de acordar
Forçar os pés a irem pelo caminho
E é proibido pelo menos se chorar
Mesmo que se pise no espinho
Todo dia um sol sobre todos e tudo
E as ruas cheias de gente enlouquecida
E eu andando como um viajante mudo
Nesse nada que chamamos vida...
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