Não há mais nada que fazer...
Sobretudo quando o amor chega
E se diz ser o proprietário de nossa alma...
Não há mais nada que temer...
Sobretudo quando perdemos nossa razão
E todos os nossos sonhos se tornam pesadelos...
Não há mais nada que falar...
Sobretudo quando o dinheiro compra a vergonha
E as paredes dos prédios acabam nos sufocando...
Não há mais nada que pensar...
Sobretudo quando do poder nos desumaniza
E todas as crueldades acabam se tornando normais...
Não há mais nada que reclamar...
Sobretudo quando somos nós os cúmplices
De toda a opressão que o poder nos faz...
Não há mais nada que protestar...
Sobretudo quando temos duas ou mais morais
Dependendo da ocasião e da vontade do freguês...
Não há mais nada que cantar...
Sobretudo quando o vento foi de vez embora
E as outras paragens nem ao menos nos conhece...
Não há mais nada que sentir...
Sobretudo quando a vida acabou na própria vida
E não se tem mais nem pra onde se ir...
Não há mais nada... Sobretudo...
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