sábado, 22 de agosto de 2015

História Ingrata

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Eu vejo novos complexos inventados para o preenchimento dos compêndios que enchem as estantes intermináveis de impiedosas livrarias. 
Percebo quilos de maquiagem escondendo as rugas que enchem os rostos outrora lisos de tantos risos e que hoje estão cansados de chorar por quase nada.
É assim mesmo e assim o será se levarmos em conta as contas malfeitas que os senhores que controlam as engrenagens acabam fazendo obedecendo sistemas e esquemas.
O nada do Zen acabou pleno de estatísticas medonhas que falam de um amanhã sem amanhã igual a novela que acabou sem deixar nem rastros no pó.
Vamos comemorando a comemoração de um ídolo perfeito que acabou de chegar mudando meio tom em cada cor e isso foi o bastante para tornar obsoletos velhos conceitos.
Até os poetas erraram de expor seus versos de margaridas violetas e colibris pedestres em jardins de grandeza óbvia onde praticam amores regados à pílulas azuis.
O novo garoto se masturba na frente do celular no banheiro do shopping sem interferências externas de quase tudo que ditou o que vemos aí sem bons velhos tempos.
Os meus dedos doem de batucar em cima da mesa do bar cheia de garrafas vazias onde me recolho à minha insignificância de ser politicamente correto e indiferente ao meu próximo.
Tem tanta palavra que desconheço pela falta de uso e seria mais normal inventar só gestos mudos pela minha falta de consciência do que existe ou só assim penso.
O meu tesão é uma metralhadora descontrolada que atira para todos os lados porque agora não tenho nem noção do que gosto e quem são os alvos que devo acertar.
Ser o mártir é a nova profissão com carteira assinada e ser a vítima é aparecer no noticiário das oitos com destaque para detalhes nunca dantes observados e postos em destaque.
Eu não canto nada e nem danço nada com medo que as consequências disto sejam as mesmas do primeiro carneiro que pulou no abismo mas ele tinha pára-quedas.
Deus acabou virando o ídolo do Diabo que agora coleciona figurinhas de todos os seus heróis pensando que irá ganhar os prêmios prometidos no anúncio.
A minha saudade é uma grande farsa e a minha emoção é um caso pensado porque na verdade nem me lembro o que comi anteontem e o dinheiro pode comprar todas as minhas nobres intenções.
Os instintos básicos mudaram de front e comer e foder nem sempre serão as minhas metas perante o relógio que maltrata as minhas carnes e anula minha alma.
Os remédios adoecem mais aos pacientes porque existem torpes labirintos que devem ser tateados no escuro até que seja a luz e essa luz vá dar em um abismo.
O cão e o gato não são mais inimigos mas planejam ser o mais novo sucesso na internet mostrando que o óbvio é que passam mais desapercebido dos homens de boa-vontade.
Como era bonito seu rosto quando eu não sabia que você não valia exatamente nada e que cada gesto de ternura que fazia era apenas uma babaquice à mais em meu relatório.
Idiotas que somos sabermos que a corrida está perdida de antemão e que cada esforço é só mais uma quentinha que nos alegra o velho estômago e que chorar é como nascemos e nem isso teremos ao ir embora...

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Carliniana XLV (Indissolúvel)

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