segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Alma Não Morre, Vira Passarinho


Alma não morre, vira passarinho
Quem morre é o corpo, fica sozinho
Alma não morre, sai é avoando
O coração que vai aos poucos parando...

Alma não morre, os sonhos vão

Quem morre é o corpo, sem direção
Alma não morre, é apenas imortal
Vai embora a alegria lá do quintal...

Alma não morre, é a vida que pára

Quem morre é o corpo, a arma dispara
Alma não morre, vai pro céu fica por aí
E todo o resto, eu até já me esqueci...

sábado, 29 de agosto de 2015

Não Sei Ainda



Não sei ainda...
Quantos dias choveram e havia tristeza
E sonhos cortados pela metade 
Transformando o doce em amargo...

Não sei ainda...

Se a ternura era algo bom como dizem
E se as flores do jardins nos escutam
Quando sós falamos do que nos é mais caro...

Não sei ainda...

Quando sinceridade e amizade valem mais
E nossas brincadeiras foram sem maldade alguma
E todo e qualquer riso valia a pena...

Não sei ainda...

Se meus pés ainda gostarão do caminho
E se a dor ainda tem algum valor
Mesmo sabendo de toda a ingratidão humana...

Não sei ainda...

Quando aquele carnaval virá novamente
E eu imaginarei luzes de todas as cores
Num sonho noturno em frente ao mar...

Não sei ainda...

Se a luz que era acesa nos tempos antes
Foram as mesmas que quase me cegaram
E que me marcaram para toda a vida...

Não sei ainda...

E as asas estão ainda paradas no mesmo lugar
Porque voar sempre será apenas um enigma
Nunca sabemos se elas são do anjo ou do demônio...

Não sei ainda...

E acho que nunca vou saber...

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Ritos de Passagem


Tudo que era bom tornou-se ruim,
Não me deixa sozinho assim.
E minha inocência foi pelas calçadas,
Apenas um tudo e muitos nadas...

Eu queria o brinquedo que passou na TV

E apenas um beijo dado por você.
E o meu sonho queimou e foi aos ares,
Com o meu coração cheio de pesares...

Tudo que era alegre tornou-se triste,

Anoiteceu e como foi de repente.
Apenas a dor que há em mim existe,
Eu nunca fiquei assim tão doente...

Eu queria a festa que começou agora

E as fogueiras que brilham na escuridão.
Mas até a morte para mim demora
E nem pra isso existe uma explicação...

Tudo passa de um truque de mágica,

Um truque sempre mal feito.
E a piada foi sempre a mais trágica,
Eu nem a entendi direito...

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Tudo Que Não Há

Tudo que não há e muito mais. Besteiras importantes para nossa aflição. Doces para as dores de nossas cáries. E nossos bolsos vazios andando por aí. Andar e sempre sem nenhuma direção. É a moda! É a soda! É a foda! E todos os desatinos que aprendemos à falar. Viva nosso português errado! E as gírias mais escrotas que aparecem em cada momento! Zás! Presto! A grande mágica é poder viver por mais um dia. O grande truque é fugir dos ataques da fera da vida cada minuto. E colocar a cabeça no travesseiro carregando todas as culpas que existem pelo mundo afora. Onde está Deus? Está em cada moeda que se conta ávidamente. Onde está a piedade? Desceu amarga em toda garganta em gestos totalmente voluntários. Não resolvamos todas as questões. Porque isso não nos é permitido. E afinal de contas o proibido nos atrai bem mais. Somos o que somos. Réus confessos de um crime que caducou. Contemos cada um a história ao seu modo. Será um grande prazer matar cada sorriso que não for o nosso. As piadas de mau-gosto são todas bem vindas. E rir da desgraça alheia já virou um excelente ofício. Não é porque nossa consciência morreu. Ela foi subornada e trocou de lado. A morte parou de assustar. É que a procuramos sem ao menos saber. O que comemos. O que bebemos. Tudo vindo aos poucos com os modismos mais exagerados possíveis. Somos galos cantando ao mesmo tempo no dia que ainda nem amanheceu. Eu me canso sem fazer nada e durmo o sono dos justos. Eu não sou nada nem para eu mesmo. E mal sei assinar meu nome em paredes já sujas. Todo o ridículo me persegue e eu nem sabia disso. Uma perseguição implacável que nem filme americano. Ou um crime passional do interior. Chove e é tão chato. Não dá para as aventuras pelos quintais. E nem as andanças à toa nas ruas que algumas nem mesmo conheço. Desprezo o perigo. Nunca tenho saudade. A não ser das bundas e pernas que perdi. Rio de tudo. Até de enigmas decifrados e comoções nacionais. Choro por tudo. Principalmente das liquidações que perdi...

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Triste Silêncio


Nem sempre os sábios têm razão...
E há muitas bocas fechadas por outra questão.
Nem sempre as rezas sobem aos ares...
E nos humanos corações há vários pesares.
É o pão que anda faltando na boca...
E uma febre chegando e sempre muito louca.
É a sede que ainda castiga toda alma...
E todos os princípios acabam com a calma.
É a guerra que acaba com paredes e vidas...
E não há tempo nem para as despedidas.
Falta há muito tempo o abrigo e o porto...
E existem muitos enterros com nenhum morto.
E cada cidadão sai na rua muito assustado...
Qual será a próxima que nos fará o Estado?
Este mesmo Estado que vai fazendo covardias...
E que vai matando aos poucos todos os dias.
Eu não tenho nem dois tostões no bolso...
Mas algumas rimas ainda causam alvoroço.
Eu não sou proprietário nem do meu nariz...
E desconhecemos quem já foi um dia feliz.
Mas eu grito e às vezes só sei mesmo gritar...
Não sei flexionar alguns verbos só o verbo amar.
Não mexam na fogueira ela ainda está acesa...
E cada respiro é pra nós apenas uma surpresa.
Não conheço muitos caminhos só o do meio...
Mas muitas histórias me deixam de saco cheio.
Esperar não faz mais parte de nossos planos...
As promessas já duram muitos e muitos anos.
Nem sempre os sábios têm compaixão...
E há muitas bocas fechadas sem nenhuma razão...

domingo, 23 de agosto de 2015

Eu Só Sei


Eu só sei que nada sou...
E tirando as partes que não entendo,
Acaba que nada sobrou...

Eu só sei que nada faço...

E tirando as guerras que perdi,
Restou-me o fracasso...

Mas sei que de tudo rio...

E mesmo que seja um incêndio,
Eu ainda sinto tudo frio...

Mas sei que não há caminho...

E aonde vai dar esta tal estrada,
Só encontrarei o espinho...

Eu só sei que nada tenho...

E existe um lugar chamado tristeza,
E é de lá que eu venho...

Eu só sei que nada se espera...

Mesmo quando as rosas vão nascendo,
Ainda que fora da primavera...

Mas sei que tudo é estranho

Mesmo aquilo que pensamos conhecer,
Acaba perdendo seu tamanho...

Mas sei que a hora do adeus

É sem ter qualquer uma hora marcada
E sem ter nem um vai com Deus...

Eu sei que nada sou

E tirando as partes que não entendo,
Nem tudo acabou...

sábado, 22 de agosto de 2015

Cigarro Barato

Resultado de imagem para mendigo fumando
Tem cigarro barato aí moço?
Tem uma daquelas pra gente ir levando?
Uma multidão sem alvoroço
Uma dúvida entre o agora e o até quando

Tem uma festa pra minha mente?

Um cafezinho ou apenas uma moedinha?
E se eu sou apenas um indigente
Não sou apenas culpado a culpa não é minha

Tem uma roupa velha pra mim?

Tem uma daquelas que foi a moda passada?
Nem sempre no final vem o fim
Acertou! Mas deu a resposta mais errada

Tem uma nova mentira pra contar?

Todas que já saíram da boca do homem
Estão todas velhas não dá pra enganar
São ainda mais velhas do que nossa fome

Tem um bicho de pelúcia rasgado?

Tem sobra de comida aí nessa quentinha?
Agora que o elevador está parado
A alma que mesmo imortal ainda definha

Tem cigarro barato aí moço?

Tem uma daquelas pra gente ir tomando?
Cuidado aí vem chumbo grosso
Mesmo sem merecer a gente vai levando...

História Ingrata

Imagem relacionada
Eu vejo novos complexos inventados para o preenchimento dos compêndios que enchem as estantes intermináveis de impiedosas livrarias. 
Percebo quilos de maquiagem escondendo as rugas que enchem os rostos outrora lisos de tantos risos e que hoje estão cansados de chorar por quase nada.
É assim mesmo e assim o será se levarmos em conta as contas malfeitas que os senhores que controlam as engrenagens acabam fazendo obedecendo sistemas e esquemas.
O nada do Zen acabou pleno de estatísticas medonhas que falam de um amanhã sem amanhã igual a novela que acabou sem deixar nem rastros no pó.
Vamos comemorando a comemoração de um ídolo perfeito que acabou de chegar mudando meio tom em cada cor e isso foi o bastante para tornar obsoletos velhos conceitos.
Até os poetas erraram de expor seus versos de margaridas violetas e colibris pedestres em jardins de grandeza óbvia onde praticam amores regados à pílulas azuis.
O novo garoto se masturba na frente do celular no banheiro do shopping sem interferências externas de quase tudo que ditou o que vemos aí sem bons velhos tempos.
Os meus dedos doem de batucar em cima da mesa do bar cheia de garrafas vazias onde me recolho à minha insignificância de ser politicamente correto e indiferente ao meu próximo.
Tem tanta palavra que desconheço pela falta de uso e seria mais normal inventar só gestos mudos pela minha falta de consciência do que existe ou só assim penso.
O meu tesão é uma metralhadora descontrolada que atira para todos os lados porque agora não tenho nem noção do que gosto e quem são os alvos que devo acertar.
Ser o mártir é a nova profissão com carteira assinada e ser a vítima é aparecer no noticiário das oitos com destaque para detalhes nunca dantes observados e postos em destaque.
Eu não canto nada e nem danço nada com medo que as consequências disto sejam as mesmas do primeiro carneiro que pulou no abismo mas ele tinha pára-quedas.
Deus acabou virando o ídolo do Diabo que agora coleciona figurinhas de todos os seus heróis pensando que irá ganhar os prêmios prometidos no anúncio.
A minha saudade é uma grande farsa e a minha emoção é um caso pensado porque na verdade nem me lembro o que comi anteontem e o dinheiro pode comprar todas as minhas nobres intenções.
Os instintos básicos mudaram de front e comer e foder nem sempre serão as minhas metas perante o relógio que maltrata as minhas carnes e anula minha alma.
Os remédios adoecem mais aos pacientes porque existem torpes labirintos que devem ser tateados no escuro até que seja a luz e essa luz vá dar em um abismo.
O cão e o gato não são mais inimigos mas planejam ser o mais novo sucesso na internet mostrando que o óbvio é que passam mais desapercebido dos homens de boa-vontade.
Como era bonito seu rosto quando eu não sabia que você não valia exatamente nada e que cada gesto de ternura que fazia era apenas uma babaquice à mais em meu relatório.
Idiotas que somos sabermos que a corrida está perdida de antemão e que cada esforço é só mais uma quentinha que nos alegra o velho estômago e que chorar é como nascemos e nem isso teremos ao ir embora...

Nem Uns, Nem Alguns

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Nem gregos nem troianos,
Nem mais e nem menos, 
Vítimas de nossos planos,
Bebendo nossos venenos,
Nada mais que humanos
E plenamente plenos...

Plenos de tanta saudade, vazios de alegria,

Quem sabe a verdade irá triunfar um dia,
E o erro virará acerto, quem saber saberia?

Nem terráqueos nem marcianos,

Aquilo que somos é que temos,
Saem anos e entram mais anos
E olha que nem percebemos,
Se tornando mais insanos,
Até quando não morremos...

Plenos de tanta maldade, vazios de ternura,

Acenderam a vela e a sala está escura,
A pedra é mole e a água que está dura...

Nem russos nem americanos,

Nem algum e nem nenhum,
Existem muitos panos
Pra esconder o bumbum,
O chiclete que mascamos
Agora também faz bum... 

Plenos de tanta idade, vazios de coerência,

Quem sabe esperamos o milagre da ciência,
Tanta pose, tanta marra, mas pouca decência...

Nem gregos nem troianos...

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Eu Sou o Mal


Eu sou o desejo que sufoca o peito
A manhã mais linda que veio o temporal
Tapei o sol e não há mais nenhum jeito
Eu vim chorando e olha que era carnaval
Eu sou a noite que escureceu toda a tela
Um mendigo que pensou que era o tal
Não tive nenhum beijo nem o da novela
Eu sou o riso que não foi coisa normal
A falsa notícia de melhora veio ao doente
Mas o seu estado era apenas o terminal
Comecei à rir como se estivesse demente
Não colho mais flores lá no meu quintal
Eu sou a boca em mais falsas promessas
E eu mesmo me condeno à pena capital
Sou a coragem que vai correndo às pressas
Com medo das vezes que cantou o bacurau
Estou em todos lugares e em lugar algum
Fiz de  dolosas lágrimas mais um festival
Não fiz nenhuma festa mas estava bebum
Fui a desalegria que veio e abalou geral
Eu sou o carrasco que às vezes acaricia
Que vem com fome e sua fome é animal
Estamos com febre mas a testa está fria
E aquilo que é comum se torna especial
Não faça nenhum comentário se cale
Foi o silêncio que salvou o fulano de tal
A vantagem deste mundo é que equivale
Ao prêmio de qualquer uma estatal
Eu sou o desejo que sufoca o peito
A manhã mais linda que surgiu o temporal
Sou corrompido e não há mais jeito
Eu sou o mal! Eu sou o mal! Eu sou o mal!...

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Acontece


Acontece...
Certas coisas que só meu coração percebe
Bate mais forte quando tem sua percepção
E a alma como se embriaga e ela não bebe
E ela o seu calor recebe mesmo sem estação...

Acontece...

Do amor se tornar aquele teu pior inimigo
O que mente e que debocha e vem com traição
E o teu lar não te dar mais nenhum abrigo
E a bomba cair lá do alto sem mesmo ter avião...

Acontece...

Na hora que acontece a festa o silêncio chegar
Tudo se complica sem ter alguma complicação
Estou morto mesmo estando sempre à respirar
A minha serenidade na verdade é só a aflição...

Acontece...

Um minuto acabar fazendo a grande diferença
Com um minuto somos salvos ou sem salvação
E o desengano chega pra roubar a nossa crença
Pois a cada dia o prato do dia se chama decepção...

Acontece...

Certas coisas que ó meu coração perece
Bate mais forte quando chega sua exaustão
E a alma cambaleia e todo chão estremece
E é o grand finale daquilo que tem continuação...

Acontece...

domingo, 16 de agosto de 2015

Confusa Mente

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Sinto choro ranger de dente...
Por que tudo foi diferente?
Era um plano era somente...
Amargo feito a aguardente!

Eram violas e eram violões

Agora tem muito todos parados
Eram estradas e eram estações
Eram as feiras e eram mercados

A minha alma ficou doente...

Por que a testa está tão quente?
Não há mais dor e realmente...
Eu só queria era ser gente!

Eram quartos e eram celas

Todas elas já estão fechadas
Não há mais sóis e nem janelas
Eram os tudos e eram os nadas

É uma sensação tão diferente...

Sentir frio mesmo estando quente!
E eu que achava que era somente
Apenas mais uma lei vigente!

Sinto chorar ranger de dente

Por que tudo foi diferente?
Era um plano era somente...
Tudo na minha confusa mente!

Eu Soube Que Ela Morreu


Eu soube que ela morreu
Alma não morre vira passarinho
No caminho que percorreu
Só soube me deixar aqui sozinho

Eu soube que ela foi pros ares

Não se despediu nem de mim
E olhe que apesar dos pesares
Eu nunca fui tão ruim assim

Eu soube que se estou chorando

Isso não dói lá em seu coração
É o destino que vive aprontando
É o destino que é sem compaixão

Eu soube que o caso foi encerrado

Não há mais nada pra socorrer
E os sonhos estão lá pelo passado
É como um livro que não pode ler

Eu soube que ela morreu

Alma não morre vira passarinho
Foi a felicidade que me esqueceu
Só soube me deixar aqui sozinho...

sábado, 15 de agosto de 2015

A Praça É do Povo


A praça é do povo!
Viva o velho! Viva o novo!
Por isto nestes dias de guerra vamos rir
Das tempestades que podem vir
Das bombas que podem vir do céu
Das promessas que foram ao léu!

A praça é do povo!

Viva a galinha! Viva o ovo!
Por isto nestes dias de luto vamos dançar
Mesmo sem alegria pra se alegrar
Eu tenho mil motivos para desespero
Mas apenas um para meu esmero!

A praça é do povo!

Viva a pomba! Viva o corvo!
Por isso eu sou o meu próprio palhaço
Dono que sou deste meu espaço
Eu quebrei todas as minhas correntes
Sem usar as mãos só como os dentes!

A praça é do povo!

Viva o atalho! Viva o estorvo!
Por isso mentira e verdade são as mesmas
E para nossos pecados gastam-se resmas
Escreva sua guerra escreva seu afã
O que é lembrado hoje esquecido amanhã!

A praça é do povo!

O velho e o novo! A galinha e o ovo!!!

Os Dias Morrem


Os dias morrem...
E nós vamos ficando...
As horas correm...
Nós estamos chorando...
Não nos socorrem...
Vamos agonizando...

Por isso não quero ficar na praça jogando...

Por mais que meus pés doam vou andando...
O mesmo menino ainda existe dentro de mim...
Os anos vão se passando mas não é o fim...

Os dias morrem...

São soldados marchando...
As horas correm...
São maus ventos chegando...
Não nos socorrem...
Vamos tropeçando...

Por isso enche meus pulmões quero gritar...

Mesmo sabendo que amor mais não há...
O mesmo menino que eu fui ainda chora...
Tudo desaparece mas nada vai embora...

Os dias morrem...

A fumaça que vai chegando...
As horam correm...
Que estão tramando?...
Não nos socorrem...
Vamos delirando...

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Poemizando


Entre margaridas verdes e folhas alaranjadas
Não pude resistir mais um segundo - suspirei
Era um dia comum como aqueles outros
Onde senti o amor doer até os meus ossos
Sim sim a ternura dói mas é tão boa...
Como um príncipe ou outro tipo de herói
Falei de boca fechada todos os versos possíveis
E desejei ter todos os espelhos do mundo
O menino que existia em mim apareceu de repente
Como se todos aqueles anos segundos fossem
Sim sim eu conheço os vários pós do caminho
E as estradas já conhecem nome e sobrenome meus
E os ursos de pelúcia já sorriram para mim
Eu sei colocar os versos onde eles estão
E acender intermináveis fogueiras na escuridão
Os cigarros são pirilampos que vivem brevemente
Talvez companheiros de desesperada solidão
Sim sim há muitos amigos que desconheço por aí
É só chamá-los que eles acabarão vindo
Para folhearmos velhas revistas desbotadas
Eram festas antigas com motivos pra ser só
E como só espreitando atrás da espessa fumaça
Como uma cortina de quartos bem antigos
Em que a minha testa ardia em tardia febre
E aqueles olhos doíam e doíam bem mais
Entre margaridas azuis e folhas tão bordadas
Acordo de um sonho bem antigo e triste...

O Tudo É Nada!


O tudo é nada!
O brinquedo já quebrou na calçada!
Se a vida parou tá parada!
Quem nunca parou na estrada?

Eu quero rir mas o riso paralisou

Quero sair mas nem sei onde estou
Sou apenas mais um bobo que amou...

O tudo é nada!

Essa piada não foi nem será engraçada!
Minha fogueira está apagada!
A ferida agora está sangrada!

Eu quero ser livre mas não há liberdade

Vamos embora desta infeliz cidade
Eu até esqueci qual é a minha idade...

O tudo é nada!

O mais sábio também dá mancada!
Quem começou essa palhaçada?
Vamos aí próxima piada!

Eu quero ser uma estrela bela

Preciso de luz mas não tenho janela
Só nos resta acender uma vela...

O tudo é nada!

Eu já falei é nada!
Eu já provei é nada!...

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O Nada É Tudo!



O nada é tudo!
Seja trapo ou seja veludo!

É que estamos dormindo e nem vemos

A felicidade que afinal nem conhecemos
Porque ser feliz é algo bem diverso
Deste sentimento que temos tão perverso!

O nada é tudo!

Seja gritando ou seja mudo!

Temos bolsos cheios corações vazios

As mãos paralisadas e os dedos frios
Porque acaba morrendo nossa ternura
Mesmo com a luz acesa a vida é escura!

O nada é tudo!

Seja frágil ou seja escudo!

Afinal quem é que ganhou a corrida?

A morte sempre vem buscar a vida
E as coisas acabam ficando por aí
E os sonhos? Os sonhos eu nunca vi!

O nada é tudo!

Seja entretanto ou seja contudo!

Vamos vivendo sob uma eterna balela

Expressar nossas emoções diante da tela
O povo perde a noção do tamanho
É o mesmo abismo e o mesmo rebanho!

O nada é tudo!

É tudo! É tudo! É tudo!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Insaneana Brasileira Número 80 - Patipatambo

Sem bistás. O nanico Nico sartafora na estradim. É tempojá e babau seu tramposo. Cada qual na sua intedenção. Eu que o diza. Tremi de bebelança e tremi mutcho. Os calu-calu empenedados em cada pulerança de naidicas. Esmantela! Esmantela! Osovos escondidins em paiedes! Ieu neim consigu falá mãis. Mala caichorrona que me mardiscou porlá... Era um apreceio que eu dei... Pulumbumba sem graçeio eu te amardiçoo. Treis arrepetências viu? 
Sem bistás. O gulu-gulu pinoteia em suas andências de lecão aberto. Táetáetá. Cadacada modando no fulejeio. Manando quirica. Foifoi. Eu silabaco tudu e dá na candinga. Arrimim que eu tou semsabê. Estraderos somos nóis. E estradança é o que temos. E temos mais que a nenenga trama. Trama que nem cirquim de cavalim. Falemo de qualqué tijeito mermoooo. Éssim que trasga rumano sem qualquença. Fatoéfato maladito de alguns anados atrásmente. Um sonico que só ele.
Sem bistás. Aviu avoengoo de tara? Nada é olhança como se matuca. É inso mesmo sem sombril de inquesto. Eu já agritei tentas vezes. E vou em disparença como sempre. Vamoquevamo no pinguim bicolorado que a dama das munecas me deu. Qual tempado? Ah! Seilá. É como subir nas pedricas que tavam na rolança. O tamanco manco tamanqueia de bem longico mesmo. Falo de quina entaleda. Nem contocontoeraconto. 
Sem bistás. Faço tudico em nada mesmo.Como estejo muito trocadiço. Sem virgulidades num tombeiro só. Ih! Milagrice que vã. Sem virulidades malejas. Tudo no caixiço que zune e faz malucança de vez. Aqui quem manda é sabá! Mesmo adepois de batebota que aconteceu. Aqui quem ri é rodi! Mesmo adepois dua tristinhagem em sampaulo. Faça o que faça porranca! Porranca de lá fontronca já me dizia nega Juju. Naquele misteranço de bobageiro só.
Sem bistás. Fanfarro fanforro. Um rabinhado e mudançia feitada. Nuinca que eu fui trás de argo que num chasse. Que num apegassi com as mãnças cheinhas de dedas. E poetanças ainda nem oiadas. Transes e transes de mediunança. Acenda umas velicas e bau! Acendeuacendeu. Bau! Espoletamos cada regrinha de monteadas e bau! Bau!

sábado, 8 de agosto de 2015

Era Um Mar

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Era um mar como todos os outros
Com dias de fúria e dias de mansidão
Era um mar que sempre me atraía
Que prendia o meu sempre coração

Era um mar de vários e tais encantos

Que não tinha nenhuma explicação
Era um mar de dias de vida e de morte
Com dias de frio e dias de verão

Era um mar de tantos e muitos mistérios

De muitas bençãos e alguma maldição
Um mestre silencioso que ensinava
A sua mais derradeira e mais dura lição

Era um mar como todos os outros

Trancado em meu quarto toda imensidão
Era um mar que quase sempre me traía
Que prendia o meu nunca coração...

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Insaneana Brasileira Número 79 - Hercomanes


Aos vencedores o copo! Madeixas corridas em caras mais tristes. E tudo mais que eu puder alcançar... Com as mãos! Com as mãos! Porque os pés estão ocupados em andar pelas areias e andar... Eu sei! Eu sei! Nada que eu possa segurar... Vamos! Vamos! Falar em línguas estranhas sem nada reclamar. Eu tenho mil histórias e só uma pra contar... Eu podia! Eu podia! Dançar um tango argentino na hora H. Eu quero rir de todas as coisas e quero gargalhar... Na boca! Na boca! Eu mordo sempre teus lábios. Seus lábios não-vermelhos e da cor do mar... Nós que morremos agora! Com uma vida que não vai se acabar. Questão e questão resolvidas bem na sala de estar... Aos vencedores o topo! Da montanha que vou escalar. O gato dorme seu sono e ninguém o pode acordar... Vá lá que é lá! Estamos em contrapartida e quem vai mais andar? É imberê é imberá... São todas onomatopeias de Deus-andei e andará! Um canto largado num canto. Um canto pra quem andar. Eu sei que é esperanto e ainda não sei falar... Só mais um! Só mais um! Mais um motivo pra esperar. O auto já vem em cima e não dá pra desviar... É o lobo! É o lobo! É um rabisco no meu caderno. São apenas fases que vieram pra ficar. E muitas frases sem boca pra colocar... Viva a Bahia! Viva a Bahia! E eu que nunca fui lá. Esperamos a esperança da espera até não querer duvidar... Aos vencedores o tapa! O brinquedo que eu vou ganhar. Será no fim do ano e o que será que será... Vou contando as moedas! Não sei o que vai dar. Conto uma à uma porque não sei contar... Que lindas madeixas! Posso alisar? Às vezes o tesão me deixa fora do ar. Num só um grito e num só chamar... Espadas e lanças! São nuvens de guerra. Que cegam o olhar. E meu cristal parou de brilhar... Aos vencedores o copo! O copo! O copo! 

domingo, 2 de agosto de 2015

Eu Estou Longe de Tudo


Não sei onde ando mas eu ando
Eu estou longe de tudo e tão perto
Quero amar mas não estou amando
Estou na multidão mas tudo deserto

Não sei o que falo mas ainda falo

No alto da montanha beijo o abismo
E mesmo tendo idéias num estalo
Ainda assim não sei e ainda cismo

Não sei se isto é festa ou se é enterro

As carpideiras são todas minhas amigas
Desconheço o que é acerto ou é erro
Mas choro quando vejo fotos antigas

Não sei fico parado ou saio correndo

Não há lugar pra fugir ou se esconder
Só sei que aos poucos vou morrendo
E recebo meus castigos sem merecer

Não sei pra que todos aqueles anéis

É que foram os dedos e eles ficaram
Um dia fiz todos os meus escarceis
Mas agora todos eles se calaram

Não sei onde ando mas eu ando

Eu estou longe de tudo e tão perto
Quero amar mas não estou amando
Estou na multidão mas tudo deserto...

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...