quinta-feira, 9 de julho de 2015

Dias de Guerra, Dias de Paz

Resultado de imagem para guerra e paz – cândido portinari
É como sempre falo. E ando ruas sem movimento algum. As ruas é que andam... Nós estamos bem parados num canto qualquer. Os olhos é que se movimentam. E o coração guarda toda água que nosso choro produz. E todos os nossos vícios acabam se romantizando e nossos pecados absolvidos. A física é que está certa. Tiradas as certas proporções estamos aqui pelo menos. Só que até quando nunca sabemos. O menino de hoje nunca me verá sendo o velho como sou hoje. Faz parte da batalha conhecermos a solidão. As mãos trêmulas conhecem os muitos anéis. E num dia de escuro não escreverei mais. Sejamos realistas. Os doces também acabam um dia e nem calçadas teremos mais. Mas talvez seja até bom rever os que foram. Como o grande sono que imaginei um dia. As velas estavam acesas e como brilhavam. Era noite de fogueirinhas pelo quintal e tantos risos... Mas nada é por nada. E as batalhas estão aí. E os soldados choram de medo em cada dia que se segue. E as letras embaralham diante dos olhos. E nas lápides são escritos sonhos em códigos. Não falem mais nada. Deixe que o paciente melhore por si mesmo. Que a febre passe aos poucos. Em providenciais suores. E em brigas de ruas com outros meninos. Joelhos ralados já foram signos... E nossos sonhos coisas bem mais simples. Em crônicas bem arrumadas. Que dá gosto ver. O uniforme impecável em quadriculados surreais. E cenas bem fortes para quem entende. Só isso. Faz tempo que eu me separei da noite e adotei somente o dia. Os enterros são com a claridade. Eu sempre reparo em coisas e coisas. Em coisas que existem e em outras que nem tanto. Quem vai saber? Até ruídos fazem canções. E frases de outdoors acabam virando sonetos. Quantas estrelas estão no céu nesse exato momento? Talvez nenhuma. São o brilho da imensidão passada que nos engana novamente. Eu levanto as bandeiras mais impossíveis possíveis. E ofereço as minhas mãos mais sinceras. Mesmo que toda essa guerra seja em vão...

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Poesia Gráfica LXXXVI

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