Até o que não tem olhos fecha os olhos
E quem não respira pára de respirar
O coração não bate mais em quem não tem
E até quem não sente também pára de amar
Até o sorriso da foto também desaparece
O tempo de agora vira apenas uma lembrança
Pela manhã o amanhecer enfim anoitece
E temos então a nossa mais velha criança
O brinquedo está sério em qualquer canto
A manchete agora é apenas mais um papel
Onde se embaralham letras e por enquanto
Não há mais novidade debaixo desse céu
A guerra acabou sem perdedor nem vencedor
O jogo da decisão também acabou empatado
O prazer acaba acabando sempre em dor
Foi tão bom mas agora viremos para o lado
Até o que é imóvel agora saiu correndo
E as pedras ficam chorosas com sua doença
Foi tudo em vão e vai tudo então morrendo
Sem ter tido em si qualquer uma diferença
Até o que não tem cansaço se cansa
E quem não respira pára de respirar
O coração não bate mais em quem não tem
E até quem não sente também pára de amar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário