Teus olhos eram tão bonitos como velas acesas...
Brilhavam no escuro e me tiravam dele...
E eu submergia deles como um novo demônio
Cheio de tanta tristeza querendo agarrar a alegria!
Sim uma alegria sem nome e sem idade
Como tantas outras que ainda andam por aí...
Teus olhos eram tão bonitos como duas gudes novas...
Traziam uma nova cor como nunca tinha visto antes...
E eu as segurava com as mãos ainda muito trêmulas
Como só um menino pode então entender!
Com o sentimento infinito que enche a alma
Que só mesmo os loucos e os poetas podem ter...
Teus olhos eram tão bonitos como uma dois ventos do mar...
Um deles era a brisa mas outro era a tempestade...
E eu conhecia muito bem todos os dois
Como quem conheceu várias vezes vida e morte!
E teus olhos enchiam de imagens todos os caminhos
Que um vagabundo poderia ter ou querer...
Teus olhos eram tão bonitos como dois passarinhos avoando...
Um deles queria partir e outro queria chegar...
E mesmo cumprindo a mesma trajetória quem sabe
Nunca mais desenhariam o que chamei de meu céu!
E todas as lágrimas que o mundo pôde ter
Não foram as minhas quando da tua partida...
Teus olhos eram tão bonitos como duas velas acesas...
Como as duas velas que agora me velam silenciosamente...
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