quinta-feira, 2 de julho de 2015

Apressados

Resultado de imagem para tráfego caótico
Não há tempo os passos são largos
Os passos são vagos
Não dá pra medir
Só cuidado pra não cair
Cair no engano
Ser humano e profano
Ser frio e ser quente
Mas a notícia é mais urgente
Urgente não sempre é apressada
Uma salva de palmas pro nada
Uma salva de tiros pro morto
É o pensamento mais torto
É o baile é a curtição a moda
O resto é só a foda
A foda a fada o fado
Num círculo quadrado
Cada um em seu cada canto
Não sei falar esperanto
Enquanto isso continua a crucificação
Meu carro na contramão
Eu sei o que é solidão
Eu conheço o medo da facção
Eu sei muito bem o que é fome
Eu mal sei qual é o meu nome
Só porque está na carteira
Eu vivo à minha maneira
Não há tempo os passos são vagos
Os passos são largos
Não dá pra cair
Porque o chão já está aqui
Cair no engodo 
Ser magro ou ser gordo
Ser bicho ou gente
Mas a notícia é mais quente
Quente nem sempre é arrojada
Uma salva de palmas pra rapaziada
Uma salva de tiros pro militar
A nova onda morrer ou matar
É a televisão o rádio o cinema
O resto do resto é nosso poema
O poema o grito a canção
Cada um na sua prisão
Nem sei se tenho razão
Eu sei apenas que tudo some
Eu sei apenas que tudo come
Só porque está na carreira
Nós vivemos sem ter maneira

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