sim sou eu em meio aos signos de bolsos vazios e sonhos que pesam na cabeça amores não correspondidos e caminhos de pedras onde a esperança não chega vamos abrir mil caixas para o nada e tentarmos ser felizes sabendo de antemão que nada dá são pedras milhares de pedras senhor em velhos sapatos não escolhidos e de vários buracos que só sabem incomodar sou eu senhores o culpado sem culpa de anos e anos intermináveis com a tristeza fazendo fita e a alegria de língua de fora fazendo caretas dignas de uma convulsão sou eu o minuto final em tantos contos que nem conto mais na relação de coisas boas ou más porque elas se misturam mais do que um bom rabo-de-galo sou eu sou eu o único na fila que não esperou vez e companheiro de sóis e da poeira andei feito louco em tuas ruas sem saber onde ir ou sequer onde chegar tudo é diferente em busca de alguma coisa e as alegrias podem ser doces ou amargas conforme a disponibilidade do freguês sou eu o primeiro tiro da guerra e a última bandeira de paz a fome de tantos dias e o barulho da bomba os passos lá me cima do telhado como assombrações de aluguel é março é maio é agosto são três coqueiros que não sei se ainda vivos ou não é um pé de laranja-lima que não foi o da novela é tudo muito preto-e-branco e ainda assim mesmo colorido como velhas estampas de se colar na geladeira norte e sul se igualam pois nunca se sabe onde se vai e mesmo se se soubesse a mente atrapalha a mente esta maravilhosa máquina de tortura que às vezes dói e às vezes queima numa doce febre de inimagináveis figuras que um dia tivemos o prazer de ver o pequeno gato negro dorme sereno no tapete de velho que jaz no chão como jazem as todas coisas sem sinais de aborrecimento ou desespero somente de tédio um tédio como o meu em brancas nuvens eu desaprendi todas as boas coisas e só sei ser eu mesmo de vez em quando mentir é necessário mesmo que dê errado ou seja pra si mesmo se enganar se há alegria e o contentamento é um estranho que nos visita de vez em quando talvez na hora mais imprópria sou um triste mas nem sempre aprecio a tristeza ninguém se acostuma com a dor fora do prazer nenhum cego abomina a luz e torcemos pra que a areia da ampulheta não caia tão depressa assim eu esqueci os primeiros versos que fiz mas eles ainda me cortam como lâminas afiadas na mão de um jovem carrasco eu quero fugir mas não há lugar no mundo onde eu já não esteja quero boas notícias e só isso...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...
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O caminho que vai dar no mar. Consequências de tudo o que pode acontecer. E lá estão barcos e velas incontáveis. E amores em cada porto ...
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Não sabemos onde vamos parar Mas qualquer lugar é lugar Quantos pingos nos is temos que colocar Quantos amores temos que amar Quantos ...
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Um sorriso no escuro Um riso na escuridão Um passado sem futuro Um presente em vão... Mesmo assim insistindo Como quem em a...
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