A eternidade tem nome. É o mesmo nome que repeti chorando virado para parede em dias de tristeza e dor. Eu te amei...
A eternidade tem nome. Eram os brinquedos que ficavam dentro daquela caixa de papelão esperando alegrias tristes. Por que foram embora?
A eternidade tem nome. Foram as chuvas intermináveis que douravam de barro as ruas em que o velho auto passava me levando para a escola. E eu tenho saudades...
A eternidade tem nome. Seu nome é repetido várias vezes e é o baticum descompassado do eu-menino com medo do escuro e dos noturnos canto do bacurau na pequena casa. E eu ainda tenho medo...
A eternidade tem nome. É a lista de chamada com muitos nomes que não esqueci ou que talvez tenha esquecido mas que um dia passarão como na tela de um cinema diante meus olhos. Onde estão vocês? Mandem notícias...
A eternidade tem nome. Foi o beijo que eu nunca te dei. Foi o corpo que nunca afaguei. Foram os cabelos que meus dedos nunca afagaram. Foi tudo de bom que eu guardei sem ter ninguém para dar. Eis aqui o maldito poeta que faz versos feios de desencanto...
A eternidade tem nome. São os três coqueiros. É o pé de laranja-lima morto. São os cães. E os gatos. E os periquitos. E o velho em lágrimas escondidas. Tudo foi tão bom...
A eternidade tem nome. São as janelas fechadas e as luzes apagadas na febre do pequeno doente. A febre alta que trazia coisas e o velho livro relido tantas vezes. Foi tudo tão dolorido...
A eternidade tem nome. É a bola de gude mirada errada e o pião que nunca rodopiou no chão e a pipa que não foi pro alto e a bicicleta que nunca rodou ligeira. Eu nunca fui quase nada...
A eternidade tem nome. Sou eu mesmo! Sou eu mesmo!!!
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