quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Primeiro Ato


Eu coloquei a cabeça no teu ombro
Foi um assombro...
E olhei nos olhos que não me viam
E eles sorriam...
É como a primeira luz que a gente vê
Como é bom doer...
E fazer o mais magistral gesto
Depois é o resto...
A vida é uma grande festa
É o que resta...
Façamos então aquele carnaval
Antes do temporal...
É pulo e é festa e é dança
Sempre criança...
Um menino sempre travesso
Sem endereço...
Um poeta bêbado noturno andando
Sempre chorando...

Eu coloquei a cabeça no teu colo

Nem me consolo...
E olhei nos olhos que não me sabiam
Nem abriam...
É como a primeira dor que se sente
Se está doente...
E fazer o mais sincero gesto
Feito protesto...
A vida é um grande enterro
Foi só um erro...
Façamos então um novo festival
Cada um com seu mal...
É silêncio e é luto e é frio
O mesmo vazio...
Um menino sempre peralta
Com febre alta...
Um poeta bêbado dono do dia
Sem alegria...

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