Eu ainda sou dum tempo que os olhos sorriam
E haviam muitas novidades num coração inocente
Parou! Tudo está parado em pleno ar como pintura
Ou como uma bela foto em tons mais amarelados
O frio não me impede de caminhar pelo jardim
E nem saber coisas que mais ninguém pode saber
Fui eu que dancei em volta das noturnas fogueiras
E respirei todo ar possível que espreitava em volta
Fui eu que formulei mil enigmas para me divertir
E achei todos os atalhos que vão parar no céu
Eu decifrei o enigma de mais de mil esfinges
E juntei as pedras de cada uma destas pirâmides
São minhas as palavras mais rudes de amor
E os beijos que não dei seriam os mais ardentes
Aonde quer que eu estará lá a aventura
E o medo das noites em que o bacurau cantava
Eu ainda sou dum tempo de telas preto-e-branco
E das histórias no rádio que nos enchiam de medo
E de cores que talvez hoje nem mais existam
Temos diante de nossos olhos inocências eletrônicas
E descobertas fantásticas que cabem nas mãos
Como era veloz nossa mais fraca velocidade
E o engano do poder não causava tanta mágoa
De vez em quando se põe uma venda nos olhos
Como era veloz nossa mais fraca velocidade
E o engano do poder não causava tanta mágoa
De vez em quando se põe uma venda nos olhos
E nos lembramos mais uma vez das flores...
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