sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Me Falavam Coisas

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Me falavam coisas que nem mesmo sabiam explicar. Eram tantas e ao mesmo tempo tão coisas pra poder se guardar. Em tempos idos. Em quadros desbotados que hoje nem parecem mais que existiram. E mesmo assim o menino se esforça pra que velhas impressões não apaguem. Mal sabemos o que comemos ontem ou qual foi o motivo novo pro nosso choro antigo. Me desculpe se errei. É que a maioria das coisas é a oportunidade perdida como o ônibus que passou no ponto quando estamos apenas a vinte metros ou até menos. Nosso grito foi escondido pela poeira que se levanta e por outros sons que estão dentro dos dias. O quase é um dragão azul-metálico bem brilhante que gosta de dias de sol e de dias de chuvas e descansa entre plácidas nuvens até seu próximo ataque. Quem esta aí? Podemos perguntar ao espelho e na maioria das vezes ele não nos responderá. Os espelhos falam muito e por isso mesmo são mudos como o menino que perdeu seu primeiro amor. As águas sim, sempre respondem e suas respostas sempre são sinceras e cruéis. Vamos marchando como brincam todos os meninos. Os quepes são de jornais e os tambores invisivelmente mandam seu som pelas nossas gargantas. Havia um boneco de borracha com chapéu de feltro e cabelos de nylon olhando com olhos mortos pra mim. Muito obrigado, tia. Não aprendi nada pro mundo, mas este é o de menos porque um dia também passará. É a ternura que importa verdadeiramente e seus passos leves não nos acordarão de qualquer ilusão. Se estamos enganados pouco importa. O sonho é um veneno entorpecente e maravilhoso que não mata porque prolonga a vida mesmo quando ela se extinguiu. O fio de sangue escorrendo no canto da boca e o olhar olhando para o nada não nos amedronta mais. As máscaras caíram no tempo certo e olha que foi bem antes do fim do carnaval. Todos os jardins me pertencem e as flores cantam uma nova música todas as vezes que eu passo. E eu costumo passar todos os dias nas horas mais improváveis. Como vai? Tudo bem? Se a raiva ainda fez não responder pouco me importa. Minha malícia foi na casa da inocência e pegou sua roupa emprestada. Não me importa a letra da canção porque todas são minhas. Vivamos e vivamos e vivamos. Pelo menos isto eu aprendi ou tento aprender desde velhos dias. Me falavam coisas ou pelo menos pensei que falavam...

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