Me falavam coisas que nem mesmo sabiam explicar. Eram tantas e ao mesmo tempo tão coisas pra poder se guardar. Em tempos idos. Em quadros desbotados que hoje nem parecem mais que existiram. E mesmo assim o menino se esforça pra que velhas impressões não apaguem. Mal sabemos o que comemos ontem ou qual foi o motivo novo pro nosso choro antigo. Me desculpe se errei. É que a maioria das coisas é a oportunidade perdida como o ônibus que passou no ponto quando estamos apenas a vinte metros ou até menos. Nosso grito foi escondido pela poeira que se levanta e por outros sons que estão dentro dos dias. O quase é um dragão azul-metálico bem brilhante que gosta de dias de sol e de dias de chuvas e descansa entre plácidas nuvens até seu próximo ataque. Quem esta aí? Podemos perguntar ao espelho e na maioria das vezes ele não nos responderá. Os espelhos falam muito e por isso mesmo são mudos como o menino que perdeu seu primeiro amor. As águas sim, sempre respondem e suas respostas sempre são sinceras e cruéis. Vamos marchando como brincam todos os meninos. Os quepes são de jornais e os tambores invisivelmente mandam seu som pelas nossas gargantas. Havia um boneco de borracha com chapéu de feltro e cabelos de nylon olhando com olhos mortos pra mim. Muito obrigado, tia. Não aprendi nada pro mundo, mas este é o de menos porque um dia também passará. É a ternura que importa verdadeiramente e seus passos leves não nos acordarão de qualquer ilusão. Se estamos enganados pouco importa. O sonho é um veneno entorpecente e maravilhoso que não mata porque prolonga a vida mesmo quando ela se extinguiu. O fio de sangue escorrendo no canto da boca e o olhar olhando para o nada não nos amedronta mais. As máscaras caíram no tempo certo e olha que foi bem antes do fim do carnaval. Todos os jardins me pertencem e as flores cantam uma nova música todas as vezes que eu passo. E eu costumo passar todos os dias nas horas mais improváveis. Como vai? Tudo bem? Se a raiva ainda fez não responder pouco me importa. Minha malícia foi na casa da inocência e pegou sua roupa emprestada. Não me importa a letra da canção porque todas são minhas. Vivamos e vivamos e vivamos. Pelo menos isto eu aprendi ou tento aprender desde velhos dias. Me falavam coisas ou pelo menos pensei que falavam...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...
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O caminho que vai dar no mar. Consequências de tudo o que pode acontecer. E lá estão barcos e velas incontáveis. E amores em cada porto ...
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Não sabemos onde vamos parar Mas qualquer lugar é lugar Quantos pingos nos is temos que colocar Quantos amores temos que amar Quantos ...
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