O galo que canta quando quer.
O brilho ofuscante de alguns cristais.
A poeira dançando em vários pés.
A caça constante de novo gozo.
Não há violetas faltam no mercado.
A fantasia de mãos vazias.
Cada passo é um novo e repetido passo.
O trânsito está sempre caótico.
São anunciadas novas liquidações.
As cidades nos olham desconfiadas.
Quanto ainda falta pra ser feliz?
Os anéis seguem nos dedos.
E por onde eu vá não há novas canções.
É guerra todas as manchetes lidas.
E o pajé ainda não entrou na net hoje.
Temos orgulho mas sem o que.
A orgia de ontem ainda traz saudade.
Ainda é carnaval em França.
E cada um com seu muro de lamentações.
O pagode da laje mal começou.
Mas os meninos já fazem arranha-céus.
O bom senso ainda não vendeu moda.
Mas a unanimidade continua de pé.
Quem salva quem nisso tudo?
É comum ser ridículo sejamos.
Acabei de inventar um novo idioma.
Mas um novo medo também é inventado.
Tudo azul mesmo quando está cinza.
E vermelho quando quero cantar.
Meu analista desistiu de mim.
Mas ainda flerto às vezes com o divã.
Não riam de mim eu mesmo faço isso.
Conheço todos os caminhos que não vou à Roma.
E gosto de todas águas ainda estão aqui.
Ainda hei de voltar a ver o Tejo.
E prometo ser um bom menino antes do Natal.
Comecem a escrever cartas mais longas.
E desenhos sofisticados sobre o que não viram.
Essa será a nova ordem emitida.
Sapatos apertados e roupas largas.
Nada realmente faz algum sentido.
Mas as vezes uns versos aparentam ser.
Todas as máscaras já caíram no chão.
Mas o ventilador ainda está ligado.
A luz esconde mais coisas que a escuridão.
Que o galo cante de novo.
Estou procurando algo mas não sei o que é.
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