Não há demônio em mim que não seja eu. Em versos sem cor que sempre torno à repetir. São sonhos esparsos sob um sol de meio-dia. Eles incomodam. Mas necessários são. Não penso em mais nada. Somente em velhos dias que não foram tão felizes assim. Mas eram meus. Eram velhos e agora possuem uma só cor. São fotos de antigas revistas em preto e branco que amarelaram. As poses se tornaram caricatas. E rio quando as vejo de novo. Não há palmeiras nem sabiás sobrando no mercado. E muito menos declarações formais em estreitas rimas. Nada sei. Nada posso. Mas tudo quero. E fico em meu canto esperando minha nova vítima. Não me toque. Será por sua conta e risco. Tenho as unhas de espinhosas roseiras. E olhos das brasas de esquecidas fogueiras. Não me toque. Nem me encare. Não me roce. Nem me instigue. Eu sou todos os tesões que foram reprimidos e todos os beijos que não foram dados. Eu sou a paciência esgotada em dose dupla. Sem gelo e sem limão e sem fantasia. Eu sou a fantasia de passados carnavais que perdeu seus adereços. A máscara caiu e eu a peguei novamente. Está tudo indo. As coisas sempre vão. E só os sonhos ficam. As palavras saem fáceis da boca. Dançam no ar. Mas nunca passam de pessoa pra pessoa. Cada mente é um vidro embaçado que muda toda luz. E cada coração é uma barreira intransponível em luta e desespero. Violetas são azuis dependendo de quem as pinta. Sóis em xeque-mate vão saindo à francesa. Divinos adultérios. Eu puxando teus cabelos com força. E dando tapas na tua bunda. E rindo e rindo e rindo. Nem sempre há vice-versa. Eu quero beber todas elas. E ser prolixamente desconexo mostrando as razões que não tenho. Não peço perdão. Não reparem nas asas. Nem todas as cartas estão marcadas. Os leões estão feridos. Foram os cordeiros. Que eles paguem sua dívida. Não quero aplausos. Só oferendas de sangue. Não foi assim um dia. Mas agora é. Não quero conversas. Sou calado. Mesmo quando grito e xingo inocentemente. Paredes também são belas paisagens. Cantos escuros são meus favoritos. Não há retoques para estas paisagens. Mais do que isso - impossível. Apesar do impossível sempre atrair. É a isca perfeita. A saudade também. Só que a saudade é bem mais perigosa. O impossível vem e vai embora. A saudade se acumula nas veias até o derradeiro final. Se derradeiro for. Meu Demônio solitário que anda sozinho em noturnas ruas. Ore por mim...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Meu Demônio Eu
Não há demônio em mim que não seja eu. Em versos sem cor que sempre torno à repetir. São sonhos esparsos sob um sol de meio-dia. Eles incomodam. Mas necessários são. Não penso em mais nada. Somente em velhos dias que não foram tão felizes assim. Mas eram meus. Eram velhos e agora possuem uma só cor. São fotos de antigas revistas em preto e branco que amarelaram. As poses se tornaram caricatas. E rio quando as vejo de novo. Não há palmeiras nem sabiás sobrando no mercado. E muito menos declarações formais em estreitas rimas. Nada sei. Nada posso. Mas tudo quero. E fico em meu canto esperando minha nova vítima. Não me toque. Será por sua conta e risco. Tenho as unhas de espinhosas roseiras. E olhos das brasas de esquecidas fogueiras. Não me toque. Nem me encare. Não me roce. Nem me instigue. Eu sou todos os tesões que foram reprimidos e todos os beijos que não foram dados. Eu sou a paciência esgotada em dose dupla. Sem gelo e sem limão e sem fantasia. Eu sou a fantasia de passados carnavais que perdeu seus adereços. A máscara caiu e eu a peguei novamente. Está tudo indo. As coisas sempre vão. E só os sonhos ficam. As palavras saem fáceis da boca. Dançam no ar. Mas nunca passam de pessoa pra pessoa. Cada mente é um vidro embaçado que muda toda luz. E cada coração é uma barreira intransponível em luta e desespero. Violetas são azuis dependendo de quem as pinta. Sóis em xeque-mate vão saindo à francesa. Divinos adultérios. Eu puxando teus cabelos com força. E dando tapas na tua bunda. E rindo e rindo e rindo. Nem sempre há vice-versa. Eu quero beber todas elas. E ser prolixamente desconexo mostrando as razões que não tenho. Não peço perdão. Não reparem nas asas. Nem todas as cartas estão marcadas. Os leões estão feridos. Foram os cordeiros. Que eles paguem sua dívida. Não quero aplausos. Só oferendas de sangue. Não foi assim um dia. Mas agora é. Não quero conversas. Sou calado. Mesmo quando grito e xingo inocentemente. Paredes também são belas paisagens. Cantos escuros são meus favoritos. Não há retoques para estas paisagens. Mais do que isso - impossível. Apesar do impossível sempre atrair. É a isca perfeita. A saudade também. Só que a saudade é bem mais perigosa. O impossível vem e vai embora. A saudade se acumula nas veias até o derradeiro final. Se derradeiro for. Meu Demônio solitário que anda sozinho em noturnas ruas. Ore por mim...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...
-
O caminho que vai dar no mar. Consequências de tudo o que pode acontecer. E lá estão barcos e velas incontáveis. E amores em cada porto ...
-
Não sabemos onde vamos parar Mas qualquer lugar é lugar Quantos pingos nos is temos que colocar Quantos amores temos que amar Quantos ...
-
Um sorriso no escuro Um riso na escuridão Um passado sem futuro Um presente em vão... Mesmo assim insistindo Como quem em a...
Nenhum comentário:
Postar um comentário