quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Teatro de Pablo 3


O primeiro amor.
O primeiro toque.
O primeiro choque.
O melhor amigo.
Eu deitei contigo.
No rádio o rock.
E uma bela cortina.
Quantas palmas.
No fundo da alma.
Quando termina.
Eu pintei o rosto.
Eu senti o gosto.
Eu virei o gato.
Era tão salgado.
Sem certo ou errado.
Foi um desacato.
Mais que o vento.
O meu alento.
Fogo no mato.
O primeiro beijo.
O primeiro desejo.
O primeiro ensejo.
É o começo.
Do nada e o tudo.
É o arremesso.
Com pés de veludo.
É o mano.
É o ano.
É o pano.
Que cai.
O que é humano.
Se esvai.
É a família.
É tudo que brilha.
Mãe. Filho. Pai.
É o rádio de pilha.
É o meu haicai. 
É o farol de milha.
Que está no escuro.
É a pedra. O muro.
Passado e futuro.
É a cerca caída.
É a vida. É a vida.
É mais que a lida.
Bola dividida.
São fotos das férias.
São apenas pilhérias.
E as minhas idéias.
Piadas que inventei.
Se você não sabe.
O que bem lhe cabe.
Também não sei.
Só sei amar.
Só sei chorar.
Não sou o rei.
Escrevo torto.
Sou quase morto.
Apenas respirando.
São versos perversos.
Desejos inversos.
Me atormentando.
Eu bebo e fumo.
Perdi o rumo.
Perdi a graça.
Faço pirraça.
Engoli fumaça.
Isso tudo passa.
Tudo tem seu preço.
Um endereço.
Fim e começo.
É só teatro.
Fico de quatro.
Fico doente.
Fico febril.
É indecente.
Mas ela riu.
Está dormente.
Quem descobriu?
Foi diferente.
Ninguém dormiu.
Era pra frente.
Que o trem partiu.
Era inverno.
Quase calor.
Não chovia.
Quem me via?
Toda platéia.
Cada um era eu.
Cada um era um.
Toda idéia.
O que morreu.
Era o senso comum.
Era o inaudito.
Dito ou não dito.
Eterno conflito.
Falsa humildade.
Na úmida idade.
Talvez outra peça.
E tudo interessa...

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