domingo, 18 de novembro de 2012

Sindicato do Nada


Não sei onde vamos. Mas que vamos. Isso vamos. Com passos bem medidos como nunca foi. Numa sucessividade prevista do imprevisto. Há leis e leis. Mas nenhuma delas expressa nossa mágoa. Eu calo minha boca. Talvez o único direito concreto. E deixo o galo cantar até que ele canse. Podia ser de outra forma se assim quisessem. Mas o mais difícil é o comum. Tenham sol de reserva em seus bolsos. Pode ser que ele falte na hora mais necessária. E os anjos do céu digam amém. Tudo é poesia enquanto não incomoda. Tudo basta enquanto não atrapalha. Todo mundo é bom enquanto isso convêm. A desculpa é a mestra de todos erros. E se traveste em perdão como um lobo em pele de cordeiro. Não estamos fadados a nada desde que seja ao contrário. Grandes homens são aqueles que passaram de dois metros. Triste é a comédia. E as palavras são comichões que incomodam dispersos em minha pele. O lamento só acontece perto da tragédia. E o esquecimento esqueceu de ir embora. São lápides. Apenas isso. Cada poema é uma. Alguém lerá por curiosidade e nada mais. A vantagem disso tudo é muita. Contamos a piada para nós mesmos. Se querem aplausos usem suas próprias mãos. As mesmas que fazem o verdadeiro sexo. A consciência pesada caiu no chão. Vamos varrer para debaixo do tapete. Funerais são legais. É hora de fazer a mesma cena diversas vezes. A solidão não é a exceção. É a regra. Meditar é bom para quem aconselha. Mas quando o estômago dói a máscara cai. Não peça respostas. Eu só tenho as perguntas. Eu sou um triste. E os tristes na verdade não têm pena. Nunca têm. É mais um engano como qualquer outro. Lembram daquele tempo? Pois é. O que fizeram lá está aqui. Gostaram do que fizeram? Ótimo. Forjaram a lâmina que os decapitará. Foi sem querer? Ótimo. Inocentemente o mesmo demônio comerá suas vísceras. Cada dia desde aquele momento. Um pedaço de cada vez. Porque a homeopatia nesse caso da certo. É tarde. Já inventei palavras que só eu mesmo entendo. Não esperem mais nada. Quem deve paga. Ou não paga. E o não-pagar é uma forma válida como qualquer outra. Tiradas geniais e idiotas também. Tudo é tradição depois de muita insistência. Nada deu certo. Só permaneceu. A carne se acostumou com o espinho. A rosa emprestou e não quer de volta. O sangue pingou no chão. A terra sempre come. Quem dá merece ter. É matemática. É química. Por favor. Filosofia. Queira ter a bondade de se retirar. Sua ajuda foi tanta. Que facilitou o trabalho da covardia. Nem sempre são covardes os que apanham. Mas o que batem e vão dormir tranquilamente. Sem comentários como sempre foi. Vocês são os bons. Fiquem com o que é seu. Vocês são os filhos. Eu não pedi nada. Obrigado por tudo. E por nada. Já estamos de partida faz muito tempo...

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Carliniana XLV (Indissolúvel)

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