quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Saudade Número Um


Um auto roda no vaivém.
Da rua descalçada.
Cheia de poças-d 'água.
Cheia de nada.
Vazia de tudo.
A cena parece nitidamente
Com um quadro impresso
E amarelecido pelo tempo.
Parece as casas pintadas
De amarelo-palha.
Um auto!
Grita a gente.
E roda no blim-blim
De um sininho de cabrito.
Num sorriso de cabelos castanhos.
E o ar da estranheza do por-enquanto.
Ele voa nas asas da camisa
Do quadriculado miúdo azul-e-branco.
Um auto roda no vaivém.
Por onde ele anda?
Ele anda pelas ruas
Dum tempo com saudade.
Mas saudade indiferente...

(Para Aristides Godoy, de muito tempo).

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