Eu quero um outro cinema.
Em nova tela.
Não é preciso outra tecnologia.
E lá estará a minha bela.
A nova vida que nem novela.
Uma vida nova sem ironia.
Que cada um sua parte estrela.
Que cada um vive seu dia.
Eu quero um novo cinema.
Com outras cores.
Não é preciso nem capricho.
E lá estarão os meus amores.
Poemas que já joguei no lixo.
E os peguei sem falsos pudores.
Pois acabaram as minhas dores.
Com uma alegria feito bicho.
Eu quero um novo cinema.
Em outro domingo.
Não é preciso ser feriado.
Só quero alguém ao lado.
Sendo certo ou sendo errado.
Um ombro amigo.
Pra não ficar abandonado.
Como num tempo antigo.
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