quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Cinzas


As cinzas não se apagaram.
Ainda queimam.
As dores ainda não acabaram.
Ainda teimam.

Os versos são imperfeitos.
Mas ainda são.
E os sonhos insatisfeitos.
Ainda estão.

E neste mar parado.
Não há mais onda.
E mesmo quando é engraçado.
A morte ronda.

O vento foi embora.
Mas as folhas não.
E o menino ainda chora.
Em meu coração.


Está frio. Muito frio.
Mas é o que há.
Não é fome. É um vazio.
Que aqui está.

Eu queria porque queria.
Mas foi ilusão.
Procurei pela alegria.
Foi tudo em vão.

Mesmo acertando peco.
Mesmo tendo acertado.
E nos versos que teclo.
Ainda há mais guardado.

Guarde o que resta.
Não mexa não.
Deixe quieto. Não faça festa.
No meu caixão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...