As cinzas não se apagaram.
Ainda queimam.
As dores ainda não acabaram.
Ainda teimam.
Os versos são imperfeitos.
Mas ainda são.
E os sonhos insatisfeitos.
Ainda estão.
E neste mar parado.
Não há mais onda.
E mesmo quando é engraçado.
A morte ronda.
O vento foi embora.
Mas as folhas não.
E o menino ainda chora.
Em meu coração.
Está frio. Muito frio.
Mas é o que há.
Não é fome. É um vazio.
Que aqui está.
Eu queria porque queria.
Mas foi ilusão.
Procurei pela alegria.
Foi tudo em vão.
Mesmo acertando peco.
Mesmo tendo acertado.
E nos versos que teclo.
Ainda há mais guardado.
Guarde o que resta.
Não mexa não.
Deixe quieto. Não faça festa.
No meu caixão.
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