o doce não era doce mas era doce mas sem querer e era um rio sem pontuação nem mais nada a temer era o que se lia era o que se via sem quaisquer interrupções só a morte acidente de percurso poderia acabar com alguma coisa era o miado do gato na escura noite sem adjetivos ou qualquer coisa no plural a boca não sentia o gosto mas sentia o gosto forçado e breve e era pluma leva de mil toneladas num frágil ombro e numa frágil mente a estação ficou fora do ar alguns minutos enquanto a música era executada a vida corria em débeis redondilhas que nem conheciam a si mesmo não há perguntas se não há respostas a dança é feita de parados passos eu nada imagino a não ser os sonhos que já sei abortados antes de qualquer hora nada teve o gosto que a vontade queria e nada terminou com um bom final não seja por isso vivamos de qualquer forma vivamos mesmo sem vida tudo é um carnaval fora de época e o verdadeiro nos encontra presos em casa as plumas esvoaçam e as folhas dançam na frente do quintal nem sempre rimo nem sempre conseguimos achar os que nos faça esquecer velhas dores eu quero beijos abusados sem nexo mas com gosto de quem nunca vi ou de quem nunca conheci até antes um segundo tudo é fácil a mão percorrendo parecidos corpos que pulsam e sofrem sem desistir até o último momento eu quero repentes como os de um cego tocando um instrumento na feira livre em troca de algumas moedas é fácil me saciar fale de aleatórias coisas sem jeito entrecortadas de inocentes maldições de um instante perdido na frente dos olhos ou na frente de um espelho nada muda mudamos nós nada morre só achamos isso todos os dias nada presta e isso desculpa nosso interesse muitas caixas-surpresa hão de ser abertas e muitas piadas sem graça farão sucesso eu não rio por isso rio o tempo todo eu só choro por isso meu rosto há de estar seco de qualquer emoção que não seja barata não economize elogios ao louco e nem deixe o tiro para amanhã o alvo pode morrer antes da palavra de desabafo e as coisas que mais precisamos podem nos deixar sem dias o doce não era doce mas era doce mas sem querer e era um rio sem margens para aportar eram degraus de uma escada que não davam medo e de casas que voavam em alheios céus brinquemos com mãos de imã e pés de nenhum movimento cada passo será um novo e nada mais restará depois das pontes num certo dia talvez um certo acaso alguma coisa faça e os sinos não mais toquem lembrando tristezas
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
domingo, 5 de agosto de 2012
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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...
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O caminho que vai dar no mar. Consequências de tudo o que pode acontecer. E lá estão barcos e velas incontáveis. E amores em cada porto ...
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Não sabemos onde vamos parar Mas qualquer lugar é lugar Quantos pingos nos is temos que colocar Quantos amores temos que amar Quantos ...
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Um sorriso no escuro Um riso na escuridão Um passado sem futuro Um presente em vão... Mesmo assim insistindo Como quem em a...
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