terça-feira, 28 de agosto de 2012

Satisfação


Eu coloco os chinelos no teto
Eu coloco as telhas no chão
Afago teus peitos com afeto
Meu secreto objeto de afeição
Eu conto os beijos que te dei
Como quem faz sua confissão
Perigos que são a minha lei
Passos que se fazem prisão
Eu bebo o rio por inteiro
Eu faço tratos com o Cão
Por teu rosto de janeiro
Por teu sexo em minha mão
Eu blasfemo em voz alta
Me aquieto como um furacão
Eu inocento a tua falta
Minha vontade é só explosão
Eu morro em cada segundo
Esperando outra encarnação
Te dou de presente o mundo
Também te dou esta estação
Eu espalho flores pela parede
Adoço a vida com um limão
Prendo os fatos com a rede
Da sede de minha imaginação
Eu choro linha por linha
Canto bêbado qualquer canção
A tua culpa será a minha
E minha a tua satisfação
Eu coloco na mente um projeto
Coloco a vida na tua mão
Propago meus jeitos sem secreto
No concreto direto da perfeição
Eu conto desejos sem rei
Como quem faz a revolução
Abrigo que sempre esperei
Mas minhas pedras foram ao chão
Eu faço o frio em janeiro
Eu traço mapas em direção
Por teu gosto por inteiro
Pelo teu nexo sem razão
Eu reclamo a tua falta
Me arredo com aflição
Eu construo a torre alta
Da piedade sem compaixão
Eu corro a cada segundo
Encontrando uma explosão
E gozei por quase um segundo
O teu amor sem medição
Eu espalho as cores pelo verde
Esboço a lida sem pôr a mão
Vendo os tragos para a sede
Da minha rede conspiração
Eu bebo vinha por vinha
Faço límpida nossa comoção
A tua boca será a minha
E minha a tua satisfação!

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