Eu sou a poesia anti-poética.
A que se perdeu pelo caminho.
Não espere ganhar qualquer carinho.
Pois sou resultado da genética.
Sou a poesia sem poética.
Aquela que seu gesto só é rude.
Eu fui doce e terno enquanto pude.
Agora sou guiado pela estética.
E a minh'alma segue cética.
Em tudo acreditando sem orar.
E descrendo mesmo a acreditar.
Até na poesia que é profética.
Eu quero que um dia morra a ética.
E venha a tona que tenho escondido.
Tanta dor sem um gemido.
Presa em uma caixa hermética.
Eu sou a poesia anti-poética.
Que um dia teve carinho.
Morreu a rosa e ficou o espinho.
Nem há mais dialética...
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