O espelho na sala
Não imita seu irmão do banheiro...
Nunca viu nudez alguma
Pode ter refletido solidão disfarçada
De vez em quando reflete a rua
E sonha em sair por aí...
Quem sabe espelhos criem asas?
Já presenciou importantes decisões banais
E falsas reuniões de estranhos...
Não se sacrificaria mais
Por torpes noticiários nem novelas chatas
Não escutaria boas-vindas mal disfarçadas
E nem sentiria saudades
De tantas passageiras coisas...
O espelho da sala
Não imita seu irmão do quarto...
Nunca sentiu tesão
Mas até viu alguns sonhos...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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