sábado, 27 de janeiro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 248

O algoz 

perdeu a voz

O carrasco

fez um fiasco

O cruel

caiu o véu

O malvado

foi derrotado

Mas o óbvio

continua por aí...


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Mágica falida

Tesão cortado

Uns pés...

Coração hediondo

Amor às avessa

Porta fechada...

Momento perdido

Cor sem cor

Apenas momento...


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Escutei um som nesta madrugada, quase tomei um susto. Os sustos são surpresas malfeitas, pode anotar aí. Meus olhos ainda adormecidos, pobres coitados, estavam se acostumando com a escuridão. Será algum mal noturno? Ou o mal sou eu mesmo? Minhas mãos tão trêmulas, não queriam sair debaixo da velha coberta, nem eu mesmo quereria sair de relativo conforto. Era a única ação que poderia fazer. Eis um velho tropeçante, no meio da noite, indo ao banheiro. E o som? Ah, sei lá! Pode ter sido um pesadelo abortado...


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O tempo tem seus ardis... Engana aos jovens parecendo eterno. Mente descaradamente aos amantes. Dá uma rasteira bem dada nos que se acham corajosos. Derruba paredes como um passatempo. Tira as cores como se fosse seu trabalho de casa. Quebra todos os vidros como um menino malvado. Apaga a chama com o sopro mais forte. Rasga a roupa nova e faz dela velha fantasia. E ainda se repete desfazendo toda a lógica. Quantos ardis ele tem...


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Está aqui e está lá. A velha cena eternizada entre as nuvens da internet que mesmo impassível gargalha. Está aqui e está lá. A cena congelada ao bel-prazer de quem assiste indiferente. Está aqui e está lá. O choque da eternidade em cada segundo contado com relativa avareza. Está aqui e está lá. A magia da senha que pode ser vida, mas também pode ser morte. Está aqui e está lá. O beijo dado que será ou não como um lapso da memória que nunca falha. Está aqui e está lá. O recorte do jornal sem papel que mostra uma obviedade como não deveria ser. Está aqui e está lá. Até que tudo termine...


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Tudo em riba?

Um cão andaluz sem luz...

Uns poemas feito dilemas...

A ema parou de gemer...

E os trens já descansam...

Todo possível dorme...

A farda está desbotada...

Ameixas não tem queixas...

Tudo em riba?


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Cada nome uma fome

Cada um deus-dará

Quem quiser que tome

O remédio que matará...


Sinas são apenas o que são...


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Se misturar palavras aleatoriamente

Talvez disto surja uma poesia

Agora os absurdos estão na moda

O que é medíocre bem mais ainda

Enquanto isso borboletas e mariposas

Assinam um tratado de paz...


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Ela perdeu o pé

Ele perdeu a mão

Por que esconder o fatal?

Ela caiu na rua

Ele caiu no golpe

O destino nem sempre agrada...

Ela traiu rindo

Ele trai sem pena

Não somos assim mesmo?


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