segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 246

Palavra engolida

Absurdos via de regra

Sóis pálidos

Terra do Nunca logo ali

Passos medidos

Nunca fomos o que somos


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Beira de cama, beira de linha,

Até a beira de uma calçada,

Escrever algumas palavras vãs,

Só isso, mais nada...

A boca do poeta e seus olhos,

Presos numa eternidade passageira...


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O tempo brincou comigo

Brincadeira de muito mau-gosto

Colocou-me lá atrás na fila

E agora me fez motivo de piada...

O amor machucou-me

E depois foi embora

Sem despedida alguma 

Batendo o pé com raiva...


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Gosto de espelhos, mas tenho medo

Sempre falam a verdade, o que é cruel

Ando nas sombras, mas tenho medo

Vá que eu encontre meu próprio fantasma

Me perco na noite, mas tenho medo

O sol pode acabar comigo pela manhã

Rio quase sempre, mas tenho medo

Vá que eu esteja rindo de mim mesmo...


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Foi apenas um assovio 

Saindo da boca de um menino

Despreocupadamente...

O pequeno barulho dos lábios

Buscando algum céu

Que ainda não conheceu...

O menino se tornará anjo

Isso foi obra de seu sorriso

E daquele assovio pelo tempo...


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Cada pedra é uma pedra

Seu tamanho não importa

Testemunhará a destruição

De todas as vãs ilusões

Irá no funeral dos sonhos

Ou será sua lápide

Contando silenciosos gritos

Cada pedra é uma pedra

Seu tamanho não importa...


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Bato na sua porta para perguntar:

Você ainda lembra de mim?

Choramos juntos tantas vezes...

Em tardes frias de segredo

Em que confundia sem saber

Felicidade com tristeza...

Desculpe a minha ignorância...

Bato na sua porta para perguntar:

Você ainda lembra de mim?


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