quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Desespero Em Qualquer Cor

Você só conhece quando põe a mão, seu sem cacau. A fuzarca quando fica pronta, é isso. Desaforo de meio e perfume barato, daqueles de revista pra enganado. Eu que o diga ou me cale, os dois, eu caio no rio de cabeça e não se fala mais nisso. 

Foi quase ontem mesmo, num sabe? Eu sambava em cima do prego que nem calango quando avoa pela primeira vez e dá de focinho na parede. Aí sim! Doeu? Fedeu... O mármore só é gelado enquanto é, bobagem pouca é besteira. 

Amanheci com vontade de miar que nem um sapo dos grandes, mas sapão não! Longe de mim pelo menos um centímetro, que seja. É que às vezes tou de pião pra lá. Adianta nada ser de boa, a moçada acaba estragando o desenho. Não perco mais meu tempo, só se for fazendo nadinha como gosto.

Tomou, papudo? Verso e versico é o que mais tenho, nem que seja só pro forma, bolo e café. Tantas vezes fiz que acabei nem fazendo. Me dá uma peste braba que sai de perto. Nem eu me conheço, até que me apresentam novamente. Aí a conversança não pára até cair os dentes. Sempre acontece quando acontece.

Estalei os dedos na chuva, Deus me perdoe, livre e guarde, sou perigoso até pra mim. Só sonho sonhando. Já viu que absurdo? Além de burro, sou abusado. Nem quero, mas encho a barriga de doer respiro. Misericórdia, My, quase que eu caio em cima e ia bem gostar...

Todo pedaço é um inteiro, só faltou verem isso. Empurrei o cabra de ladeira abaixo e nem viram... É nota de cem, malandro, nota de cem! Faz até festa e macaco sai andando só na birra. De um tanto pra lá, eu sei bem muito. Já dei surra em jacará com violão.

É de monstro pra lá. Quem quiser corte o barbante e diga que eu enlouqueci que o charuto já está aqui. Quero doce e meio, sou muito exigente, isso lá e cá sou mesmo. Chato que nem bola cheia, sou sim.

Troco de canal direto pro padre xingar em latim.

É de merengue pra lá, me dê logo o troco, seu sem graça, senão eu aponto o dedo. Nuvem boa esse, engana até pobre. Rico não, rico só se engana quando respira. Tô precisado de todo ouro do mundo, me dá? Napoleão e seus cem soldados, Napoleão e seus cem soldados, Napoleão e seus sem salgados...

Nem é mais, saiu da reta, curva é. Tragédia grega é lição de casa, até faço de mão pro alto. Jujuba é banquete, não sabe? Então sabe agora, anota aí. Posta de peixe e camarão, pirão sem falta. E morango pro tango, isso sim.

Sou doce que nem jiló, isso sou, muito e até mais. Nem rondó eu faço mais, me bondó, é isso aí. Sem café eu mato mil, sai de perto, eu mato mesmo. Percorro os cinco cantos do mundo pra encontrar uma nova encrenca. Por isso, sou de muita paz.

Não tem bebedeira que me vença, é parquinho toda hora. O vento fora de hora me derruba e a cabeça dói. Linda, linda e mais linda ainda, pena que é pena e nem começa quando acaba. Vou numazinha só e que me dê por rogado.

Não vejo a hora porque o relógio morreu. Tá enterrado no meu pulso. É cigano se não me engano. A Bahia fica quase no Pará, pertim de Olinda. Pra mim é pouco ou demais, sem piscina, eu dispenso a despensa. Tão humilde quanto o rei.

A festa acabou antes de começar, assim são todas elas. Jerico meia mula sumiu na poeira e sem explicações. Eu mesmo sinto saudades da saudade que acabou se esquecendo de mim. Não quero falar bonito, a maioria nem isso consegue. De repente, acabou o sorriso, é a mesma oração que não faz milagre...

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