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Ambivalente como qualquer um
dicotômico e exausto
arrasto meus pés no sujo caminho
Onde estou indo?
Cada ferida é um dia cumprido
e só não sei quando vou parar...
Vejo nuvens num céu escaldante
que nunca caíram e nem cairão
a verdade não tem senso de humor
Estarei eu acordado?
Cada sonho pode se tornar pesadelo
se o destino assim o desejar...
Vacilante numa corda bamba
a plateia torce para a minha queda
muitas crueldades causam risos
Onde estão as palmas?
Cada problema de insossa rotina
é apenas um trabalho de casa chato...
Impaciente na fila de espera
possuo medos de não sei o quê
até a imortalidade me deixa zonzo
Onde anda meu velho relógio?
Tenho a mesma idade do tempo
porque meu tempo sou eu mesmo...
Reticente como qualquer um
não deixarei rastros na partida
até o permanente é efêmero
Onde está a porta de saída?
Eu sou o meu carrasco
e o meu salvador da forca...
Paro o verso e a canção cala
assim como o movimento
acaba congelando no ar...
Onde estão minhas esperanças?
Eu apenas sei de uma coisa
sou mau feito um desenho...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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