Só será esquecido
Quem antes notado
Não fui percebido
Eterno abandonado
Eu sou quem passa
E ninguém nota
Por tantas ruas perdidas
E sem nome...
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Quero flores sem nome
Impregnadas de ternura
E um pouquinho de saudade
Um tempo que sobrou no relógio
Mas que ninguém notou
Já me é suficiente
Muito que não fiz
E me arrependo sempre e sempre
Podem andar em linha reta
E com a cara séria e triste
Minha imobilidade é apenas
Uma mera aparência
Eu hoje sou o morto
E sorrio no canto da boca
Pois este é o meu funeral...
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Meio verde, meio maduro,
Meio só, meio multidão,
Meio claro, meio escuro,
Meia mente, meio coração
Meio cego, meio vidente,
Meio falante, meio calado,
Meio saudável, meio doente,
Meio dormindo, meio acordado
Meio estrada, meio ninho
Meia alegria, meia aflição,
Meio desprezo, meio carinho,
Meio com o pé, meio com a mão
Tudo exatamente pela metade...
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Passa tudo, passa nada
Passa boi, passa boiada
Passa que passa que passa
Entre céus e entre mares
O que existe, todos lugares
Passa que passa que passa
Passa trem, passa avião
Passa sim, passa não
Passa que passa que passa
Tudo em volta e dentro de mim...
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Tão perto,
Tão longe,
Tão qualquer lugar,
Nas estrelas,
No chão,
Na terra, no ar,
Apenas solidão,
Querendo me matar...
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Meus versos são pequenos como a morte,
Fim de todas as coisas, de variados tamanhos,
Morre o que vai e o que fica,
Morre todo o encanto e todo o horror,
O carinho mais sutil e toda a agressão,
Espinhos e flores - todos eles se vão...
Meus versos são pequenos como a morte,
Toda e qualquer morte,
Todas elas são simplesmente iguais...
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Quando e talvez,
Pragas reunidas,
Dor imediata sem alívio,
Meu rosto sem expressão,
Talvez contentação,
Talvez deboche,
Linhas de urbanidade
Dando em lugar nenhum,
Nem eu mesmo sei,
Nenhum de nós sabemos,
O destino é apenas um papel em branco
Que o tempo suja e amarela...
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Antes da chuva - o prenúncio
Fecham-se os céus
Como um riso abandonado...
Antes do choro - a tristeza
A receita perfeita
Para matar um coração...
Eu fecharei a porta
E não a abrirei jamais...
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