segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 84

Só será esquecido 

Quem antes notado

Não fui percebido

Eterno abandonado

Eu sou quem passa

E ninguém nota

Por tantas ruas perdidas

E sem nome...


..............................................................................................................................................................


Quero flores sem nome

Impregnadas de ternura

E um pouquinho de saudade

Um tempo que sobrou no relógio

Mas que ninguém notou

Já me é suficiente

Muito que não fiz

E me arrependo sempre e sempre

Podem andar em linha reta

E com a cara séria e triste

Minha imobilidade é apenas

Uma mera aparência

Eu hoje sou o morto

E sorrio no canto da boca

Pois este é o meu funeral...


...............................................................................................................


Meio verde, meio maduro,

Meio só, meio multidão,

Meio claro, meio escuro,

Meia mente, meio coração


Meio cego, meio vidente,

Meio falante, meio calado,

Meio saudável, meio doente,

Meio dormindo, meio acordado


Meio estrada, meio ninho

Meia alegria, meia aflição,

Meio desprezo, meio carinho,

Meio com o pé, meio com a mão


Tudo exatamente pela metade...


...............................................................................................................


Passa tudo, passa nada

Passa boi, passa boiada

Passa que passa que passa

Entre céus e entre mares

O que existe, todos lugares

Passa que passa que passa

Passa trem, passa avião

Passa sim, passa não

Passa que passa que passa

Tudo em volta e dentro de mim...


...............................................................................................................


Tão perto,

Tão longe,

Tão qualquer lugar,

Nas estrelas,

No chão,

Na terra, no ar,

Apenas solidão,

Querendo me matar...


...............................................................................................................


Meus versos são pequenos como a morte,

Fim de todas as coisas, de variados tamanhos,

Morre o que vai e o que fica,

Morre todo o encanto e todo o horror,

O carinho mais sutil e toda a agressão,

Espinhos e flores - todos eles se vão...

Meus versos são pequenos como a morte,

Toda e qualquer morte,

Todas elas são simplesmente iguais...


...............................................................................................................


Quando e talvez, 

Pragas reunidas, 

Dor imediata sem alívio,

Meu rosto sem expressão,

Talvez contentação, 

Talvez deboche,

Linhas de urbanidade

Dando em lugar nenhum,

Nem eu mesmo sei,

Nenhum de nós sabemos,

O destino é apenas um papel em branco

Que o tempo suja e amarela...


...............................................................................................................


Antes da chuva - o prenúncio

Fecham-se os céus

Como um riso abandonado...

Antes do choro - a tristeza

A receita perfeita

Para matar um coração...

Eu fecharei a porta

E não a abrirei jamais...


...............................................................................................................

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...