Não que eu queira
mas tem que ser assim...
Essa alma pequena
encarcerada nesse corpo doente
veio de tantos tempos idos
onde a simplicidade
era maior que muitas estrelas...
Não que eu me esforce
o esforço necessário...
Essas palavras vulgares
serviram-me bem até hoje
no lugar de gritos altos
mostrando-me o desesperos
dos mais sufocados amores...
Simples como a pele...
Mais simples do que uma cor só...
A velha roupa rasgada
que não quero jogar fora...
Simples como a água...
Mais simples que o próprio ar...
As velhas histórias
que insisto em me lembrar...
Não que não queria admitir
e aceitar a derrota do tempo...
A morte não vai me assustar
mais do que me assustou
essa vida cheia de maldades
que acabaram me enrudecendo
e impediram de ser feliz...
Não tenho mais palavras doces
o amargo tomou conta de mim...
Tudo que aprendi foi em vão
e mesmo os cálculos difíceis
perderam-se alcoolizados
pelas muitas e muitas madrugadas
que nem sabia mais meu nome...
Simples como o tesão...
Mais simples que a última intenção...
O amor que eu teimo
mas que nasceu impossível...
Simples... Muito simples...
Um velho poeta por aí chorando...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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